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IRAQUE OCUPADO
Entidade quer garantia para realizar suas missões; EUA perdem mais um soldado e fecham jornal iraquiano
Ataque mata membro da Cruz Vermelha
DA REDAÇÃO
O Comitê Internacional da
Cruz Vermelha (CICV), com sede
em Genebra (Suíça), informou
ontem que um de seus funcionários no Iraque foi morto por disparos ao sul de Bagdá.
O técnico em comunicações
Nadisha Yasassri Ranmuthu, 37,
do Sri Lanka, morreu após seu
veículo ter sido alvejado na estrada que liga a cidade de Hilla à capital. O motorista, Hamed Rashid, ficou ferido. Não se sabe de
quem foi a autoria do ataque.
De acordo com o CICV, o veículo estava claramente identificado
com os emblemas da organização, que realiza ações humanitárias em zonas de conflito e tem
sua neutralidade reconhecida pelas Convenções de Genebra.
"O CICV convoca todas as pessoas e todos os grupos armados a
garantir o trânsito seguro dos veículos protegidos pelos emblemas
da Cruz Vermelha e do Crescente
Vermelho [utilizado em países islâmicos], permitindo que realizem seu trabalho de salvar vidas",
diz nota oficial da instituição.
O CICV vem aumentando sua
presença no Iraque, onde está
desde 1980. Cerca de 850 funcionários trabalham no momento no
país. Segundo a porta-voz Antonella Notari, a organização não
pretende interromper suas atividades, mas deve haver uma revisão das medidas de segurança.
Um soldado dos EUA também
foi morto e outro ficou ferido,
quando o comboio em que viajavam foi atingido por uma granada-foguete.
Desde que o presidente George
W. Bush anunciou o fim dos principais combates no Iraque, em 1º
de maio último, 39 soldados americanos já morreram em ataques
iraquianos, atribuídos pelo Exército americano a simpatizantes do
ex-ditador Saddam Hussein.
Desde o início da Guerra do Iraque, 153 soldados americanos
morreram em combates. Na
Guerra do Golfo (1991), 147 americanos morreram assim.
As emboscadas quase diárias já
estão levando setores a pressionar
o governo americano e as Forças
Armadas a reduzir a presença de
tropas no Iraque ocupado. Mas
não é possível fazer isso justamente devido à instabilidade.
Também é crescente a insatisfação entre soldados americanos,
que começam a protestar contra
as arriscadas condições de trabalho e a falta de perspectivas de retorno a suas bases.
Segundo a agência Associated
Press, o Exército dos EUA pretende implementar um rodízio de
soldados. O projeto prevê a manutenção de cerca de 145 mil militares no Iraque -hoje a 148 mil
americanos-, mas eles seriam
rendidos, aos poucos, por novas
tropas. A permanência máxima
seria de um ano. O Ministério da
Defesa deve anunciá-lo logo.
A polícia iraquiana, apoiada pelos EUA, fechou ontem um jornal
de Bagdá e prendeu seu diretor
devido à publicação de um artigo
incitando ações contra forças dos
EUA, informou ontem a Autoridade Provisória da Coalizão
(APC), liderada pelos EUA.
No dia 3, o jornal "Al Mustaqila" publicou um texto com o título: "Morte a todos os espiões e a
todos os que cooperarem com os
EUA; matá-los é dever religioso".
"A APC e o Serviço de Polícia
Iraquiano julgaram que Al Mustaqila representa uma ameaça significativa aos cidadãos iraquianos", disse a APC.
Há cerca de 20 jornais operando
no Iraque pós-Saddam. No mês
passado, a ONG Repórteres sem
Fronteiras criticou as regras impostas pelos EUA para a área de
comunicação, que tornaram ilegal incitar a violência.
Com agências internacionais
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