São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Episódio pode levar unidade à Venezuela DE SÃO PAULO O anúncio do rompimento dos laços com Bogotá pode favorecer Hugo Chávez na medida em que tende a impulsionar um sentimento de unidade entre os venezuelanos e tirar o foco das questões econômicas do país. É a avaliação de Maria Ligia Coelho Prado, professora de história da América Latina na USP. (GM)
Internamente, qual uso Chávez pode fazer da atual crise? Maria Ligia Coelho Prado - Isso serve ao Chávez como serviu aos militares da Argentina. Quando há um inimigo externo, há um movimento interno de unidade. Tudo o que parte da sociedade vê de negativo no Chávez, quando a honra da Venezuela está em jogo, [dá lugar a] uma aproximação de todos contra uma possível ameaça externa. Mas é preciso notar que Chávez sempre fala do povo colombiano como irmão. Isso significa que, mudado o governo, pode haver uma aproximação. Essa tensão é padrão? Quando houve a independência, foi criada a Gran Colômbia, que englobava Venezuela, Colômbia e Equador. Historicamente, existe uma aproximação muito grande. São circunstâncias particulares que levam a essa tensão. O rompimento é definitivo? Vejo mais como temporário, um problema político. De todo modo, é uma atitude radical. Como não temos como conhecer todos os bastidores, não sabemos se esses líderes [das Farc] estão na Venezuela, se há algo forte que tenha levado Uribe a agir. Texto Anterior: "Acusações sobre guerrilha têm potencial de gerar tempestades" Próximo Texto: Análise/América Latina: Tensão escancara 2 projetos messiânicos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |