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ORIENTE MÉDIO
Presos seriam trocados por soldados mortos e empresário sequestrado
Israel e Hizbollah negociam acordo
DA REDAÇÃO
Israel estaria perto de fechar um
acordo com o grupo extremista libanês Hizbollah que resultaria na
libertação de centenas de prisioneiros -não só militantes da organização, mas também palestinos e árabes de outros países-
em troca da devolução do empresário israelense Elhanan Tannenbaum, sequestrado pelo Hizbollah em 2000, e dos corpos de três
soldados israelenses.
A informação foi obtida pela
agência Associated Press com
uma fonte palestina e confirmada
pela Reuters com uma fonte israelense. Marwan Barghouti, o líder
palestino mais importante em
uma prisão israelense, estaria na
lista dos que seriam soltos.
Fontes do governo negaram que
a libertação de Barghouti estivesse sendo negociada, inclusive porque a Procuradoria Geral de Israel
já se opôs à sua soltura enquanto
ele estiver sob julgamento. Barghouti, um dos líderes da Intifada
e muito popular entre os palestinos, é acusado de envolvimento
nas mortes de 26 israelenses.
Segundo o jornal israelense
"Haaretz", um funcionário israelense teria viajado para a Alemanha, país que está mediando o
acordo, para conversas com o
Hizbollah. "Prefiro neste momento deixar os negociadores realizarem seu trabalho", disse Raanan
Gissin, porta-voz do premiê de Israel, Ariel Sharon, ao ser questionado sobre o eventual acordo.
Em Beirute (capital libanesa), o
líder do Hizbollah, xeque Hassan
Nasrallah, disse aguardar uma
"solução ampla em breve".
O piloto israelense Ron Arad,
cujo avião foi derrubado em uma
missão sobre o Líbano em 1986 e
que pode estar vivo, também poderia ser devolvido a Israel.
Segundo a Associated Press, até
400 prisioneiros árabes, incluindo
200 palestinos, seriam soltos. O
Hizbollah teria pedido aos grupos
terroristas palestinos Hamas e Jihad Islâmico e ao partido Fatah,
liderado por Iasser Arafat, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina) que elaborassem
listas dos prisioneiros que gostariam que fossem soltos.
Em 1985, Israel libertou 1.150
prisioneiros árabes, incluindo palestinos, em troca de três soldados
israelenses detidos no sul do Líbano. O Hizbollah foi criado em
1982 para combater a invasão israelense do sul do Líbano. Em
2000, Israel se retirou unilateralmente da região.
Armas ilegais
Ontem, o premiê palestino indicado, Ahmed Korei, disse que
atuará contra a proliferação ilegal
de armas nas mãos de militantes
palestinos. "Ainda precisamos de
mais consultas para pôr fim ao
caos que existe nas ruas, na administração e na mentalidade palestinas", disse. "Essa é a questão
central.... incluindo o caos na utilização, distribuição e armazenamento de armas."
Apesar da pressão americana
para que Iasser Arafat não tenha
influência sobre o governo Korei,
o futuro premiê encontrou-se novamente com o presidente da Autoridade Nacional Palestina.
Também realizou consultas com
representantes dos grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmico, que
rejeitaram integrar o governo.
Embora Israel exija que Korei
desmantele os grupos terroristas
como precondição para qualquer
negociação, o premiê indicado
tenta atraí-los para obter um novo cessar-fogo. Em junho, o Hamas e o Jihad Islâmico anunciaram um cessar-fogo de três meses, interrompido após um atentado em Jerusalém, que matou 22
pessoas, seguido de uma série de
mortes de líderes do Hamas, atingidos por mísseis disparados por
helicópteros israelenses.
Com agências internacionais
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