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Putin tenta acalmar crise petrolífera com franceses
Em Paris, russo diz que não cassará licença de empresa da França no Ártico
Rumores surgiram depois que o governo da Rússia suspendeu licença da Shell; franceses dizem estar "atentos à situação"
DA REDAÇÃO
O presidente Vladimir Putin,
em visita à França, tentou ontem dissipar os temores de que
a Rússia esteja planejando revogar a licença da empresa petrolífera francesa Total para
operar no círculo Ártico. A Rússia é hoje o maior produtor
mundial de hidrocarbonetos e,
com o aumento dos preços do
petróleo, Putin tem sido acusado por americanos e europeus
de politizar a exploração e a
venda de petróleo e gás.
Na última segunda-feira, as
autoridades russas suspenderam um projeto da gigante petrolífera Shell para explorar
campos de gás nas ilhas Sakhalina, na costa do Pacífico. O argumento, apoiado por ambientalistas russos, foi que o plano
apresentado pela empresa não
cumpria as normas de proteção
ao ambiente.
Analistas que têm sido citados na imprensa americana e
européia acreditam que a intenção russa seja remodelar os
acordos que dão a companhias
estrangeiras o controle sobre
algumas de suas reservas naturais mais lucrativas.
Putin está na França para
discutir com o presidente Jacques Chirac o aumento do comércio entre os dois países,
além de temas como o programa nuclear iraniano. A visita
ocorre em meio à tensão provocada pela declaração do ministro de Recursos Naturais russo,
feita nesta semana, de que as
autoridades cogitam cancelar a
licença da Total para extrair petróleo no norte do Ártico.
"Quero acalmá-los sobre os
rumores acerca da retirada da
licença da Total, que são um
pouco exagerados, para dizer o
mínimo", disse Putin. "Vamos
dar uma resposta exaustiva às
questões francesas sobre o contrato que eles têm."
O porta-voz de Chirac, Jerome Bonnafont, disse que a
França está "atenta à situação",
acrescentando que os investidores se "beneficiariam da segurança jurídica necessária".
Tensão com Geórgia
Em Nova York, durante a Assembléia Geral da ONU, o presidente da ex-república soviética da Geórgia, Mikhail Saakashvili, acusou a Rússia de
realizar uma "ocupação de
gânsteres" de parte do país e de
tentar anexar suas Províncias
separatistas.
O presidente discursou depois de a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a
aliança militar ocidental), ter
declarado seu apoio a reformas
econômicas no país e aos esforços para pôr fim aos conflitos
nas Províncias de Abkhazia e
Ossétia do Sul. Moscou criticou
fortemente a Otan, dizendo
que decisão poderia pôr em risco a estabilidade no Cáucaso e
prejudicar interesses russos.
O ministro de Defesa russo,
Sergei Ivanov, disse que o país
vai enviar tropas à fronteira
com a Geórgia. A expansão de
suas alianças tem levado a Otan
para cada vez mais perto das
fronteiras da Rússia, depois da
adesão, na década passada, dos
ex-satélites soviéticos no Leste
Europeu e no mar Báltico.
O presidente georgiano, que
chegou ao poder com apoio
americano, acusa Moscou de
distribuir passaportes russos a
moradores das regiões separatistas como parte de um suposto plano para tomar o controle
das áreas e afirma que forças de
paz russas fomentam sentimentos contra a Geórgia, em
vez de promover a pacificação.
O ministro de Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, rejeitou as acusações como um
"conjunto de inverdades".
Com agências internacionais
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