São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Intenção seria não atrapalhar planos de Bush

Israel evita retaliação militar por atentado suicida contra ônibus

DA REDAÇÃO

Israel evitou ontem uma ampla retaliação militar ao atentado suicida palestino que matou pelo menos 14 pessoas na segunda-feira. O primeiro-ministro Ariel Sharon estaria adotando uma política mais cautelosa para não prejudicar os preparativos dos EUA rumo a uma eventual guerra contra o Iraque.
Sharon não reuniu ontem seu gabinete de segurança. O ministro do Interior de Israel, Eli Yishai, prometeu uma "resposta dura e precisa" contra o grupo extremista islâmico Jihad Islâmico, que assumiu a autoria da ação com carro-bomba conduzido por dois terroristas suicidas contra um ônibus em um cruzamento próximo a Pardes Hanna, perto da cidade de Hadera (norte de Israel).
Yishai disse que, se o Exército retaliasse imediatamente, "causaríamos dificuldades aos americanos". Israel fez operações menores que as que costuma fazer após atentados grandes, demolindo casas de supostos terroristas palestinos e entrando com tanques no campo de refugiados de Rafah, na faixa de Gaza.
O ministro da Defesa de Israel, Binyamin Ben Eliezer, disse que o país está ficando sem opções militares para combater os terroristas suicidas e que talvez fosse o momento de iniciar discussões para uma solução política. "Nosso inventário do que pode ser feito está acabando", disse ele.
Com o conflito controlado, ficaria mais fácil para Washington concentrar a sua política para o Oriente Médio em seus planos de derrubar o ditador iraquiano, Saddam Hussein. Os EUA também obteriam apoio de países árabes contra Bagdá mais facilmente se Israel restringisse suas atividades contra os suicidas palestinos.
Washington pressiona Israel a retirar tropas de regiões da Cisjordânia reocupadas na Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense, iniciado em setembro de 2000).
William Burns, enviado americano à região, chega hoje a Israel. Deve apresentar a autoridades israelenses e palestinas um plano elaborado pelos EUA para o fim da violência.
Ao menos 1.625 palestinos e 611 israelenses já morreram desde a eclosão da Intifada, após o colapso das negociações de paz por um acordo definitivo para as disputas entre Israel e palestinos.

Apoio ao governo
Pesquisa divulgada ontem pelo instituto Market Watch indica que 49% dos israelenses apóiam o governo. Segundo a pesquisa, com uma margem de erro de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos, 28% da população é contra o governo. Dos 500 consultados, 23% não emitiram sua opinião.


Com agências internacionais



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