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IRAQUE NA MIRA
Presidentes exortam Saddam a cooperar com inspetores da ONU e dizem que recusa terá "consequências sérias"
Putin diz a Bush que é contra ação unilateral dos EUA
DA REDAÇÃO
O presidente russo, Vladimir
Putin, e seu colega americano,
George W. Bush, exortaram ontem o Iraque a respeitar a resolução do Conselho de Segurança da
ONU que exige que o país se desarme. Mas Putin disse, em encontro com Bush em Pushkin
(leste da Rússia), que os EUA não
devem lançar uma ofensiva unilateral contra Bagdá e salientou
que, antes disso, a guerra ao terrorismo tem de ser intensificada.
"Penso que devemos nos manter dentro dos limites estabelecidos pelo trabalho que vem sendo
feito na ONU. Assim, obteremos
bons resultados", declarou Putin.
Anteriormente, porém, os dois líderes divulgaram uma declaração
conjunta na qual se mostravam
irredutíveis em relação ao Iraque.
"Exortamos o Iraque a cooperar
total e incondicionalmente com
os esforços da ONU relacionados
ao desarmamento do país. Caso
isso não ocorra, Bagdá terá de enfrentar consequência sérias", disseram os dois presidentes na declaração conjunta.
Eles não afirmaram que essas
"consequências sérias" seriam ligadas à ameaça de lançar uma
ofensiva militar contra o regime
do ditador iraquiano, Saddam
Hussein. Mesmo assim, mais uma
vez, a declaração conjunta serviu
para pressionar Saddam a aceitar
a inspeção e a destruição de suas
armas não-convencionais.
Moscou, que era aliada do Iraque nos tempos da União Soviética e tem interesses relacionados
ao petróleo do país, quer ter certeza de que a inspeção de armas não
será usada por Washington como
pretexto para lançar uma ofensiva
militar, que poderia afetar os interesses russos na região.
Logo após o evento com Putin,
Bush foi para a Lituânia, que era
uma das repúblicas soviéticas e é
um dos sete países do Leste Europeu que, anteontem, durante a
cúpula da Otan em Praga, foram
convidados a aderir à aliança.
Em seu encontro com Putin,
Bush buscou abrandar possíveis
tensões criadas pela nova expansão da aliança militar ocidental,
afirmando que ela não representa
uma ameaça para Moscou. Além
da Lituânia, seis outros países deverão aderir à Otan em 2004: Bulgária, Estônia, Letônia, Romênia,
Eslováquia e Eslovênia
Putin, por sua vez, disse que a
expansão da Otan para países que
pertenciam à esfera de influência
soviética não deve ser um problema contanto que a aliança "respeite os compromissos assumidos durante sua cúpula em Praga" relacionados à reforma de
suas estruturas.
Em Praga, os líderes da Otan
também afirmaram que a ampliação da aliança não tem como objetivo ameaçar a posição russa no
leste da Europa.
Iraque
Em Bagdá, os inspetores da
ONU fizeram ontem uma limpeza em seus escritórios no Canal
Hotel, que não foram usados nos
últimos quatro anos. As inspeções
começarão na próxima semana.
"Todas as salas estão bem sujas.
Mas estamos fazendo uma boa
limpeza e deveremos estar prontos para receber a delegação que
chegará no início da próxima semana", disse Yashuhiro Ueki,
porta-voz da missão da ONU.
Com agências internacionais
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