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NEGACIONISMO
Líder da Irmandade Muçulmana repete frase do presidente do Irã
Holocausto é mito, diz político egípcio
DA REDAÇÃO
Seguindo os passos do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o líder da Irmandade Muçulmana, o principal grupo de
oposição do Egito, afirmou que o
Holocausto nazista é um mito e
atacou o Ocidente por criticar
aqueles que negam o genocídio de
judeus na Segunda Guerra.
Os comentários de Mohammed
Mahdi Akef foram feitos em artigo publicado no site oficial do
grupo na internet, destinado a
servir de diretriz a seus seguidores. "As democracias ocidentais
atacam todos os que não concordam com os sionistas sobre o mito do Holocausto", escreveu Akef.
O artigo contrasta com o tom
moderado usado pela Irmandade
Muçulmana ao longo das recentes
eleições parlamentares realizadas
no Egito, nas quais o grupo teve
forte desempenho. Durante a
campanha, os líderes do grupo
evitaram defender a adoção da
sharia (lei islâmica), preferindo se
apresentar como um movimento
pró-democracia.
Apesar de ser ilegal no país, a Irmandade Muçulmana causou
surpresa ao conseguir conquistar
88 cadeiras no Parlamento -com
candidatos oficialmente independentes-, cerca de 20% da Casa, e
consolidar-se como o principal
bloco de oposição ao governo do
ditador Hosni Mubarak.
Em seu artigo, Akef ataca os Estados Unidos e outras potências
do Ocidente pelo que chama de
campanha contra o islã. "Estas
palavras têm o objetivo de expor a
falsa regra americana que se tornou uma nova ordem de pesadelo", escreveu. "Faço os comentários a todos os povos livres do
mundo, com o propósito de despertar a consciência da humanidade. A espada da democracia só
é desembainhada contra aqueles
que erguem a bandeira do islã."
Declarações semelhantes feitas
por Ahmadinejad no começo deste mês provocaram um grande
clamor internacional. O presidente iraniano classificou o Holocausto -em que cerca de 6 milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas- de "mito" e
disse que os europeus o usaram
como justificativa para a criação
do Estado judeu.
O governo e a mídia dos países
árabes não condenaram os comentários. Em entrevista à agência Associated Press no mês passado, Akef afirmou que o grupo
não tinha intenção de usar seu poder no Parlamento para tentar
mudar o acordo de paz entre o
Egito e Israel, assinado em 1979.
Com agências internacionais
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