São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

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NEGACIONISMO

Líder da Irmandade Muçulmana repete frase do presidente do Irã

Holocausto é mito, diz político egípcio

DA REDAÇÃO

Seguindo os passos do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o líder da Irmandade Muçulmana, o principal grupo de oposição do Egito, afirmou que o Holocausto nazista é um mito e atacou o Ocidente por criticar aqueles que negam o genocídio de judeus na Segunda Guerra.
Os comentários de Mohammed Mahdi Akef foram feitos em artigo publicado no site oficial do grupo na internet, destinado a servir de diretriz a seus seguidores. "As democracias ocidentais atacam todos os que não concordam com os sionistas sobre o mito do Holocausto", escreveu Akef.
O artigo contrasta com o tom moderado usado pela Irmandade Muçulmana ao longo das recentes eleições parlamentares realizadas no Egito, nas quais o grupo teve forte desempenho. Durante a campanha, os líderes do grupo evitaram defender a adoção da sharia (lei islâmica), preferindo se apresentar como um movimento pró-democracia.
Apesar de ser ilegal no país, a Irmandade Muçulmana causou surpresa ao conseguir conquistar 88 cadeiras no Parlamento -com candidatos oficialmente independentes-, cerca de 20% da Casa, e consolidar-se como o principal bloco de oposição ao governo do ditador Hosni Mubarak.
Em seu artigo, Akef ataca os Estados Unidos e outras potências do Ocidente pelo que chama de campanha contra o islã. "Estas palavras têm o objetivo de expor a falsa regra americana que se tornou uma nova ordem de pesadelo", escreveu. "Faço os comentários a todos os povos livres do mundo, com o propósito de despertar a consciência da humanidade. A espada da democracia só é desembainhada contra aqueles que erguem a bandeira do islã."
Declarações semelhantes feitas por Ahmadinejad no começo deste mês provocaram um grande clamor internacional. O presidente iraniano classificou o Holocausto -em que cerca de 6 milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas- de "mito" e disse que os europeus o usaram como justificativa para a criação do Estado judeu.
O governo e a mídia dos países árabes não condenaram os comentários. Em entrevista à agência Associated Press no mês passado, Akef afirmou que o grupo não tinha intenção de usar seu poder no Parlamento para tentar mudar o acordo de paz entre o Egito e Israel, assinado em 1979.


Com agências internacionais

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