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Uribe rechaça mediação estrangeira em resgate
Cruz Vermelha deve cuidar de libertações das Farc, diz ele
Em referência a Chávez,
colombiano afirma que não
quer envolver no processo
nenhuma "personalidade da
comunidade internacional"
DA REDAÇÃO
Em seu primeiro pronunciamento desde que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia) anunciaram a libertação unilateral de seis reféns, na véspera, o presidente
da Colômbia, Álvaro Uribe, recusou ontem a mediação internacional na operação, prevista
para o começo de janeiro.
Uribe afirmou que só aceitará a intermediação do Comitê
Internacional da Cruz Vermelha (CICV). "Se as Farc os vão
libertar, terão [a ajuda do]
CICV, mas não vamos permitir
um espetáculo político nem
que se engane o país", afirmou.
"O governo não permitirá que
se criem riscos para as relações
internacionais envolvendo personalidades da comunidade internacional."
Foi uma clara resposta à senadora de oposição Piedad
Córdoba, incumbida pelas Farc
de receber os reféns. Para tanto, ela havia pedido a ajuda "logística" do presidente venezuelano Hugo Chávez, outro adversário político de Uribe, que
chegou a ser acusado pelo colombiano de financiar as Farc.
A Venezuela respondeu ontem que respeita a decisão do
presidente colombiano.
O anúncio da libertação dos
reféns Alan Jara (ex-governador do departamento de Meta e
em cativeiro desde 2001), Sigifredo López (ex-deputado seqüestrado em 2002) e de três
policiais e um militar não identificados foi feito pelas Farc no
domingo, em uma carta divulgada pela Agência de Notícias
Nova Colômbia (Anncol), próxima ao grupo rebelde.
Trata-se da primeira libertação unilateral desde o começo
do ano, quando seis políticos
foram soltos como desagravo
ao próprio Chávez e seus esforços de interlocução, depois vetados por Uribe.
As Farc vêm sendo debilitadas por deserções, pela morte
de líderes importantes e por
ações militares bem-sucedidas
do governo colombiano, como
a que resgatou Ingrid Betancourt em julho. Com isso, ficou
cada vez mais difícil que o grupo rebelde conseguisse trocar
seus reféns pelos 500 de seus
integrantes que estão presos.
A carta das Farc foi endereçada ao grupo de intelectuais
Colombianos pela Paz, que tem
Piedad Córdoba entre seus líderes. O texto indica também
que a força guerrilheira aceita
um encontro ao vivo com os intelectuais, durante o qual se
"permita delinear um grande
acordo nacional rumo à paz,
para construir coletivamente
alternativas políticas à guerra e
à injustiça social".
Com agências internacionais
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