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Urbanização e ocidentalização contribuem para o fim da prática
da Revista Folha
Em decadência no mundo todo,
a poligamia ainda existe em grande parte da África. A prática de o
homem se casar com mais de uma
mulher, porém, tem se tornado inviável com o desenvolvimento e
urbanização da sociedade.
Nas sociedades africanas, a poligamia foi a base da economia rural. A quantidade de mulheres e,
portanto, de filhos que um homem
tinha era reflexo de sua riqueza.
Hoje em dia, o sistema poligâmico começa a perder força nos centros urbanos africanos, principalmente entre as elites de maior escolaridade, que passaram pelas
universidades moldadas nos padrões ocidentais, explica o antropólogo da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) Peter Fry.
A poligamia existia nas sociedades pré-islâmicas, como a assíria, a
persa e a egípcia. Foram criados os
haréns, onde eram mantidas as
mulheres e concubinas do homem.
Quanto maior o harém, mais rico e
importante era o homem. Os haréns existiram até o começo do século 20 em alguns países árabes.
Os países islâmicos adotaram no
século 7 as regras sobre casamento
estabelecidas pelo Corão. De acordo com o livro sagrado muçulmano, o homem pode ter até quatro
mulheres, contanto que preencha
algumas condições, como ter
meios para mantê-las e tratá-las
igualmente. Ele também deve justificar porque precisa de tantas
mulheres.
Na Índia, os brâmanes, a mais alta casta hindu, tinham um complexo sistema de escolha de parceiros,
que causou uma falta de "maridos
adequados" na casta. Isso levou à
prática de poligamia, com um homem chegando a ter 50 mulheres, a
maioria das quais ele não via e nem
mantinha. O costume foi atacado
por reformadores no século 19, e a
prática deixou de existir.
O caso mais conhecido de poligamia no mundo ocidental é o dos
mórmons, nos Estados Unidos.
Perseguidos nos Estados de Illinois, Ohio e Missouri, os religiosos
se fixaram no vale de Great Salt. Os
mórmons tiveram de pedir seis vezes para serem admitidos como o
45º Estado da Federação, mas só tiveram sucesso em 1896, depois que
renunciaram à poligamia.
Nos primórdios de sua história,
os judeus aceitavam a poligamia. O
patriarca Abraão tinha três mulheres, e Jacó, duas. Mas a prática foi
abolida no século 11.
A Igreja Católica nunca permitiu
a poligamia.
(AOA)
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