São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2004

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Nova liderança segue linha extremista

DA REDAÇÃO

Israel já tentou no passado assassinar os dois líderes designados pelo Hamas ontem para substituir o xeque Ahmed Yassin. Ambos mantêm uma posição extrema em relação ao Estado judeu.
Abdel Aziz Rantisi, escolhido como líder em Gaza -principal bastião do Hamas-, é uma espécie de relações públicas da organização. Ele se opõe a qualquer acordo com Israel e rejeita compromissos com a Autoridade Nacional Palestina, presidida por Iasser Arafat.
Após passar sete anos em prisões israelenses, foi expulso para o Líbano em 1992. No fim dos anos 90, passou 21 meses em uma prisão palestina. Israel tentou matá-lo em junho do ano passado.
"Nós os [israelenses] enfrentaremos em todos os lugares. Nós os atingiremos em todos os lugares. Nós os ensinaremos a lição das confrontações", disse Rantisi a simpatizantes do Hamas nas suas primeiras declarações após ser nomeado líder do grupo em Gaza.
"Povo palestino, vocês que foram removidos pelos judeus de suas cidades e vilas retornarão para as suas cidades e vilas por meio da luta, porque nós não temos nenhuma outra opção estratégica", acrescentou Rantisi.
O radicalismo de Rantisi atrai muitos simpatizantes entre os jovens palestinos.
Khaled Meshaal, que vive exilado na Síria, é chefe político do grupo e, segundo fontes do Hamas, teria sido designado como novo líder supremo da organização.
Após a morte de Yassin, ele disse à rede de TV Al Jazira, do Qatar, que "o Hamas afirma que esse é o novo estágio da resistência, maior do que os sionistas imaginam, e só terminará quando libertarmos a nossa terra".
Em 1997, uma missão secreta de Israel tentou matá-lo na Jordânia. Os agentes israelenses injetaram um veneno em Meshaal em uma rua de Amã e foram capturados pela polícia jordaniana, num dos maiores fiascos do Mossad. O já falecido rei Hussein da Jordânia exigiu que o país vizinho entregasse o antídoto e libertasse dezenas de presos, entre eles Yassin, em troca da libertação dos agentes. Israel concordou e libertou o xeque, assassinado anteontem.


Com agências internacionais


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