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FILHOS DO TERROR
Pais fazem homenagem e dão a bebês o nome do líder do Hamas
Em Gaza, nascem cinco "Yassin"
DA REUTERS, EM GAZA
O líder do grupo terrorista Hamas, xeque Ahmed Yassin, foi
morto anteontem por Israel em
Gaza. Porém outros cinco Ahmed Yassin nasceram ontem na
cidade palestina, segundo autoridades hospitalares. São bebês
cujos pais decidiram homenagear o homem que Israel considera um "arquiterrorista", fundador do movimento que já matou centenas de israelenses.
"O xeque Ahmed Yassin não
morreu. Ele acaba de nascer",
disse a palestina Ghada al Khudari, segurando o pequeno filho
que foi batizado com o nome do
líder do Hamas.
Para muitos palestinos, o clérigo muçulmano em sua cadeira
de rodas simbolizava a resistência contra a ocupação israelense,
iniciada em 1967.
Khaled, marido de Ghada, afirmou não ter nenhuma ligação
com o Hamas, mas que admirava o líder espiritual do grupo que
foi seu professor nos anos 80.
"Eles [os israelenses] mataram
Ahmed Yassin, o xeque, mas falharam ao tentar bloquear a vontade de Deus. Ahmed Yassin renasceu em Gaza", afirmou Khaled fazendo referência ao filho.
Para Khaled, Israel errou ao
pensar que a morte de Yassin faria ruir o Hamas, que possui um
amplo apoio entre as camadas
mais pobres e os jovens em Gaza. "Se um Yassin foi morto, outros mil nascerão", afirmou
Khaled, desempregado, assim
como cerca de 50% da população palestina na miserável faixa
de Gaza. O casal acrescentou que
"se Deus nos der outro filho, os
nomearemos Salah Shehada", líder do braço militar do Hamas
que foi morto em ataque israelense contra o seu prédio na faixa de Gaza em 2002, junto com
outras 15 pessoas.
"Nosso Ahmed Yassin será
educado para seguir os passos
do xeque", disse Alya, avó do bebê, enquanto oferecia doces e suco de laranja para os amigos que
vinham visitar a criança.
As cidades e vilas da faixa de
Gaza e da Cisjordânia observaram ontem o segundo dia de luto
oficial, com o comércio e as escolas fechadas.
No principal estádio de futebol
de Gaza, dezenas de milhares de
palestinos foram prestar condolências pela morte de Yassin.
Halima, mulher do líder do Hamas morto por Israel, disse na
sua casa: "Nós contamos com
Deus para nos vingarmos dos judeus, de seus colaboradores e de
seus espiões".
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