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Israelense teme revide terrorista
DA REUTERS, EM JERUSALÉM
O temor de que o grupo terrorista Hamas revide o assassinato
do xeque Ahmed Yassin está tendo reflexos em Jerusalém Ocidental. Muitos israelenses estão evitando ruas movimentadas, ônibus e restaurantes -os alvos
mais comuns de atentados.
Um termômetro do medo dos
israelenses é o cardápio da pizzaria Shai Maman, na estação central de ônibus de Jerusalém. Temendo uma queda do movimento, o estabelecimento está fazendo
uma promoção na qual uma pizza
é vendida pelo equivalente a R$
24, ou 40% mais barata do que antes da morte de Yassin.
Em outros períodos nos quais o
governo decretou estado de alerta
diante de ameaças terroristas, como agora, os preços na pizzaria
caíram, em média, apenas 20%.
"O ataque [contra Yassin] foi legítimo, mas preciso ser realista",
disse Ephraim Golomb, que perdeu seu filho em um atentado do
Hamas contra outra pizzaria, em
2001. "No lado emocional, nós
achamos que era preciso uma reação [ao terrorismo palestino]. Por
outro lado, isso nos trará a paz?",
afirmou o israelense.
Sua posição é compartilhada
pela maioria da população israelense, que apoiou a ação contra
Yassin (veja quadro ao lado), mas
teme que ela provoque uma nova
onda de atentados no país. Na Intifada (levante palestino contra a
ocupação israelense), iniciada em
setembro de 2000, cerca de 900 israelenses e 2.700 palestinos morreram em confrontos e atentados.
"Ainda não fomos longe o bastante. Deveríamos matar todos os
terroristas", disse um dos poucos
clientes da pizzaria, que normalmente fica lotada.
Sem clientes
O medo de ataque também atingiu os negócios dos árabes-israelenses na vila de Abu Gosh, nos
arredores de Jerusalém, que normalmente recebia muitos clientes
judeus. "Normalmente, recebíamos muitos visitantes, mas agora
raramente alguém aparece", disse
Ibrahim, dono de uma padaria.
"Todos somos punidos por algo
que está fora de controle."
Por enquanto, as únicas respostas ao ataque dentro de Israel foram dois episódios isolados no
mesmo dia da morte de Yassin.
Seis israelenses foram feridos
-três por um árabe-israelense
que os atacou com uma faca e três
por por um palestino com uma
machadinha.
O país está em alerta máximo e
fechou as fronteiras com a faixa
de Gaza e a Cisjordânia.
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