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Para secretário, EUA vão rever relação com o país, que se opôs à guerra; Casa Branca ameniza tom de "ameaça"
França sofrerá consequências, diz Powell
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, disse que a
França sofreria consequências
por ter se oposto aos EUA no que
diz respeito à guerra contra o Iraque, mas Paris rejeitou a possibilidade, dizendo que a relação entre
os dois países "amigos" era "forte". Horas mais tarde, a Casa
Branca tentou amenizar o tom
das declarações de Powell.
Em uma entrevista à rede de TV
PBS anteontem à noite, Powell
disse que os EUA teriam de rever
sua relação com a França por causa da promessa de Paris de vetar
qualquer resolução do Conselho
de Segurança da ONU que autorizasse uma guerra contra o Iraque.
"Temos de examinar todos os
aspectos de nossa relação com a
França sob essa luz", disse Powell.
Questionado se Paris sofreria
consequências por ter enfrentado
os EUA, Powell respondeu:
"Sim". Mas o secretário de Estado
não deu mais detalhes.
Segundo um alto funcionário
do governo dos EUA citado pela
agência Associated Press, várias
possibilidades de "punições" à
França foram discutidas em uma
reunião de assessores do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney,
do secretário da Defesa, Donald
Rumsfeld, e da assessora para assuntos de segurança nacional do
presidente George W. Bush, Condoleezza Rice, na segunda-feira.
Segundo ele, as possibilidades
de punições seriam excluir a
França de reuniões entre os EUA
e seus aliados ou ignorar o Conselho do Atlântico Norte, o órgão
"executivo" da Otan, do qual a
França faz parte, e deixar as decisões das aliança militar ocidental
nas mãos do Comitê de Planejamento da Defesa, o qual Paris não
integra. A informação foi confirmada ontem por um alto funcionário do Departamento de Estado
citado pela agência Reuters, que
também não quis se identificar.
O porta-voz da Casa Branca, Ari
Fleischer, afirmou ontem que não
podia comentar o que havia sido
discutido na reunião, mas disse:
"Vi algumas reportagens dizendo
que o secretário Powell afirmou
que a França deve pagar um preço
ou que os EUA vão punir [Paris].
[Essas reportagens] são uma caracterização incorreta do que o
secretário disse".
Fleischer afirmou, contudo, que
as relações entre os EUA e a França haviam ficado tensas por causa
da posição de Paris quanto à guerra contra o Iraque. "Essa é uma
consequência com a qual teremos
de lidar nas relações bilaterais entre França e EUA."
Questionado sobre "consequências futuras", Fleischer foi
evasivo, mas afirmou que, "por
causa dos valores comuns entre as
populações e os governos dos
EUA e da França, a aliança [entre
os dois países] vai continuar".
Questionado sobre a possibilidade de uma retaliação dos EUA
contra a França, o chanceler francês, Dominique de Villepin, respondeu: "Somos amigos, aliados,
e nossa relação é forte. Não deveríamos falar de sanções, mas de
amizade, e não deveríamos ser
punidos por nosso apoio à legitimidade internacional."
Villepin, em visita à Jordânia,
repetiu que a França era favorável
à suspensão das sanções ao Iraque como passo inicial para levantá-las gradualmente. Fleischer
reiterou, contudo, que para os
EUA "as sanções devem ser eliminadas, não apenas suspensas".
Com agências internacionais
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