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Por apoio ao Irã, Lula receberá premiê turco
Amorim começa hoje pela Turquia viagem a três países para tratar de dossiê iraniano e preparar visitas
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, visitará o Brasil no final de maio,
num reflexo da intensificação
dos laços entre os dois países
que tentam usar sua posição de
membros rotativos do Conselho de Segurança da ONU para
evitar novas sanções ao Irã.
A visita de Erdogan, prevista
para o dia 27, será o tema central das conversas que o chanceler Celso Amorim terá hoje
em Istambul com o colega Ahmet Davotoglu -que esteve em
Brasília há duas semanas.
Brasil e Turquia lideram o
movimento que rejeita a pressão das potências para impor
novas sanções comerciais e financeiras ao Irã, acusado de ter
um programa nuclear voltado
para a fabricação da bomba atômica. O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e Erdogan apoiam
o argumento de que não há provas de que Teerã esteja enriquecendo urânio para fins militares e defendem o direito assegurado pelo Tratado de Não
Proliferação de o Irã ter centrais atômicas para fins civis.
Os governos brasileiro e turco manobram para que se concretize um acordo pelo qual os
estoques de urânio do Irã seriam enriquecidos em outro
país antes de ser devolvidos a
Teerã. Isso ajudaria a diminuir
a desconfiança do Ocidente em
relação às intenções iranianas.
O chanceler Davotoglu confirmou em recente entrevista à
Folha que Ancara está disposta
a ser depositária do estoque de
urânio do Irã caso haja acordo.
Depois da Turquia, Amorim
discutirá o tema em dois países
que Lula visitará em maio: a
Rússia e o próprio Irã. Em Moscou, Amorim será recebido pelo colega Serguei Lavrov. Embora tenha boas relações econômicas e políticas com o Irã, a
Rússia, membro permanente
do Conselho de Segurança, deixou clara a disposição em endossar sanções contra Teerã.
A agenda em Teerã será a
mais intensa e a de mais alto nível da viagem, evidenciando o
apreço iraniano pelas manobras diplomáticas brasileiras. O
ministro será recebido pelo
presidente Mahmoud Ahmadinejad, pelo colega Manouchehr
Mottaki e pelo principal negociador iraniano para temas nucleares, Said Jalili -ligado ao líder supremo, Ali Khamenei.
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