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Bispo belga renuncia após admitir abusos
contra um garoto
Vangheluwe é 1º a deixar posto por pedofilia em crise recente; anteontem, irlandês deixou cargo por omissão
DA REDAÇÃO
O bispo há mais tempo em
atividade na Bélgica renunciou
ontem ao posto depois de reconhecer ter abusado sexualmente de um garoto.
Anteontem, o Vaticano já
anunciara que o papa Bento 16
aceitou pedido de renúncia de
um bispo irlandês que admitiu
não ter agido para punir envolvidos em pedofilia.
As renúncias são os mais recentes desdobramentos da onda de acusações de abuso sexual por sacerdotes e acobertamento pela hierarquia católica
que têm vindo à tona em meses
recentes. Os escândalos desataram a pior crise do pontificado
de Bento 16 -que na última segunda completou cinco anos.
O bispo belga Roger Vangheluwe, 73, baseado em Bruges, é
porém o primeiro a deixar o seu
posto por prática de abusos sexuais. Até então, apenas bispos
acusados de acobertamento de
padres pedófilos tinham saído.
"Quando eu era apenas um
padre e por certo período depois de iniciar meu episcopado
[em 1984], abusei sexualmente
de um menor do meu entorno",
disse Vangheluwe em comunicado depois de ter a sua renúncia formalizada -o que requer
palavra final do sumo pontífice.
"A vítima ainda está marcada
pelo que aconteceu. Durante
essas décadas, repetidamente
reconheci minha culpa a ela e à
sua família e pedi perdão. Mas
isso não trouxe paz a ela e nem
a mim", completou ele, que iria
se aposentar no ano que vem.
Já o irlandês, o ex-bispo auxiliar de Dublin James Moriarty,
73, foi o terceiro do seu país a
ter a renúncia -pedida em dezembro- aceita pelo Vaticano,
após uma investigação revelar
no ano passado que até 15 mil
crianças e adolescentes foram
vítimas de abuso na Irlanda durante seis décadas.
Dois outros bispos pediram
renúncia. Eles ainda esperam a
decisão do papa.
Moriarty, que ocupou o posto entre 1991 e 2002, disse que
"deveria ter desafiado a cultura
[de impunidade de padres] prevalecente" e pediu perdão "aos
sobreviventes e suas famílias".
Nessa semana, Bento 16 havia prometido "ação" contra os
envolvidos em casos de abuso.
Alemanha
Na última quarta-feira, o bispo de Augsburg (na Baviera,
Alemanha), Walter Mixa, também pediu sua renúncia em
carta ao papa.
O pedido sucede admissão de
ter batido em crianças nas décadas de 70 e 80, além de ser
acusado de irregularidade financeira -não há contra Mixa
acusação de abuso sexual.
Ontem, Berlim disse que pretende criar um plano para compensar vítimas de abuso sexual
e prevenir ocorrências futuras.
Com agências internacionais
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