DA REDAÇÃO

A Casa Branca estuda o momento mais apropriado para o julgamento de Saddam Hussein, sob pressão de republicanos para que o ex-ditador seja levado à Justiça já em agosto, com vista a um possível efeito benéfico sobre as eleições presidenciais americanas de novembro.
O senador Arlen Specter afirmou ontem que direcionar os holofotes para os crimes de Saddam aumentaria o apoio à ação no Iraque, em queda devido ao escândalo de tortura de iraquianos e aos reveses militares.
O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse que funcionários dos EUA e do Iraque debatem a data do julgamento. O ex-ditador está sob custódia dos EUA, mas a responsabilidade legal sobre ele deve ser transferida tão logo o governo iraquiano assuma e emita um mandado. "Gostaríamos de levá-lo à Justiça o mais rápido possível", disse McClellan.
Em uma carta a suas filhas, que teve nove das 14 linhas censuradas -prisioneiros de guerra só podem passar informações pessoais-, o ex-ditador diz estar "com o espírito e o moral elevados". O porta-voz dos EUA no Iraque, general Mark Kimmitt, disse que Saddam, mantido em local ignorado, é tratado "com dignidade e respeito".