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ONU
Tortura em prisão iraquiana motivou oposição à iniciativa
Washington desiste de imunidade para soldados em corte internacional
DA REDAÇÃO
Os EUA abandonaram ontem
seus esforços para obter para seus
soldados que participam de missões de paz um prolongamento
de sua imunidade a processos no
Tribunal Penal Internacional.
Washington retirou da pauta do
Conselho de Segurança da ONU
(CS) um projeto de resolução sobre o tema por falta de apoio.
"Os EUA decidiram não levar
adiante as discussões sobre o projeto de resolução agora para evitar
um debate longo e controverso",
disse James Cunningham, vice-embaixador dos EUA na ONU.
"Abandonamos nossos esforços
para obter a aprovação do texto."
Vários países do CS disseram
que os abusos impostos a prisioneiros iraquianos por soldados
americanos e a oposição do secretário-geral da ONU, Kofi Annan,
à renovação da imunidade pelo
segundo ano consecutivo foram
as razões pelas quais eles se recusaram a apoiar a iniciativa americana. A imunidade atual expira
em 30 de junho próximo.
No passado, os EUA ameaçavam vetar todas as missões de paz
da ONU se seus soldados não obtivessem imunidade a processos
no TPI. Ante o escândalo causado
pela tortura de presos no Iraque,
porém, Washington não deverá
usar a mesma tática desta vez.
O governo do presidente George W. Bush argumenta que o TPI,
que começou a funcionar no ano
passado, poderia ser utilizado politicamente contra militares americanos. Os 94 países que assinaram o Estatuto de Roma (1998),
que criou o TPI (os EUA não assinaram), dizem que o texto já contém garantias suficientes.
Na semana passada, Annan pediu aos países-membros do CS
que não apoiassem a iniciativa.
Os EUA têm encontrado dificuldade em obter a anuência do
CS a algumas de suas iniciativas
nos últimos anos. O caso mais claro ocorreu em 2003, quando o órgão não deu sua aprovação formal à invasão do Iraque.
Como desistiu de tentar obter o
prolongamento da imunidade,
Washington poderá intensificar
sua estratégia de fazer acordos bilaterais para impedir que seus soldados sejam alvo do TPI. Os EUA
já assinaram acordos do gênero
com 90 países. Entre os países europeus do CS, só o fiel aliado Reino Unido pretendia apoiar a iniciativa americana.
Com agências internacionais
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