São Paulo, quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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País é pobre, mas se orgulha do seu Exército

SÉRGIO RANGEL
EM MADRI

A Coreia do Norte tem orgulho de ser a nação mais isolada do planeta.
Os norte-coreanos não têm celular nem internet, convivem com blecautes diários e não sabem o que acontece na cidade ao lado. A comunicação é controlada com mão de ferro. Jornais, só os estatais.
Na TV, a população pode assistir a apenas dois canais, que são um pesadelo, com filmes sobre heróis e musicais montados por militares e burocratas.
Em Pyongyang, a verdade é difícil de ser encontrada. Meus dois guias, funcionários graduados do governo, tentavam ao máximo falar bem do regime.
Na visita ao Palácio do Sol, onde o corpo de Kim Il-sung, o "Grande Líder" ou o "Pai da Nação", está exposto há 16 anos, contavam histórias delirantes sobre o dia do velório.
Em uma delas, eles mostram o mármore preto com detalhes em branco no chão do imenso salão.
A guia disse que o mármore, totalmente negro, ficou manchado após os norte-coreanos chorarem por uma semana no local.
No país com a menor frota de carros do mundo (menos de 2.000), andar é a saída. Para piorar, os norte-coreanos convivem diariamente com apagões.
Na zona rural, a situação é mais dramática. Animais são raros, e o solo é pobre. Apesar da miséria e da fome, a Coreia do Norte se orgulha do seu Exército, com 1 milhão de homens.
Os militares são bem diferentes dos das grandes potências. A maioria é de baixinhos e magros.
As armas também são velhas. Fiéis ao ditador, eles são bons em lutas e acreditam que um conflito com o tecnológico Exército dos EUA pode ser vencido em batalhas corpo a corpo.


O jornalista SÉRGIO RANGEL esteve na Coreia do Norte em abril deste ano


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