São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

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ÁFRICA

Mulheres, crianças e idosos predominam entre as vítimas; número deve subir dada a dificuldade de acesso ao local atingido

Tremor em Marrocos mata ao menos 564

Abdelhak Senna/France Presse
Homem passa por prédio em Imzouren (Marrocos), onde cerca de 40 construções foram completamente destruídas pelo sismo


DA REDAÇÃO

Um terremoto que abalou o norte de Marrocos na madrugada de ontem deixou ao menos 564 mortos e 300 feridos, sendo a maioria crianças, mulheres e idosos. O sismo aconteceu às 2h27, quando muita gente dormia, e atingiu 6,5 graus na escala Richter, que mede o impacto dos tremores e é infinita, embora nenhum abalo sísmico até hoje tenha superado os nove graus.
O número mais recente de mortos, 564, foi divulgado pelo ministro da Saúde, Mohamed Cheikh Biadillah, segundo a agência Reuters. Mas o saldo deverá subir, de acordo com as autoridades.
O epicentro do tremor foi 160 km a nordeste de Fez, no mar Mediterrâneo, e as ondas de choque foram sentidas até na Espanha.
A área mais atingida compreende os vilarejos de Ait Kamara, Tamassint e Imzouren, onde 30 mil pessoas vivem em casas de barro e pedra, incapazes de resistir a tremor tão forte. Ait Kamara, onde pelo menos 140 pessoas morreram, foi "completamente destruída", segundo autoridades locais.
"Os hospitais e os centros de saúde estão saturados", disse Josephine Shields, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
"A maioria das pessoas que vivem nesta região é de mulheres, crianças, e idosos. Os homens partem buscar trabalho na Holanda e na Alemanha", disse Mohammed Ziane, ex-ministro dos Direitos Humanos, que vive em Al Hoceima, a maior cidade da região, que foi pouco danificada.
O rei Mohammed 4º enviou uma mensagem de condolências na qual chamou o terremoto de "um desafio do destino" e prometeu "todos os esforços possíveis para mobilizar recursos humanos e materiais" para a área atingida.
Mais de 200 membros do Crescente Vermelho marroquino (organização humanitária islâmica análoga à Cruz Vermelha) foram despachados para o local. A França também enviou duas equipes de 60 membros e cães farejadores.
Helicópteros eram usados nas buscas, mas, mesmo assim, as equipes se queixavam das dificuldades de acesso à área atingida, na base da área montanhosa de Rif, onde as estradas são precárias.

Com agências internacionais

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