São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

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IMIGRAÇÃO

Tchetchenos lideram pedidos; queda é puxada por iraquianos e afegãos

Busca por asilo recua 20%, diz ONU

DA REDAÇÃO

O número de pedidos de asilo em países desenvolvidos caiu 20% em 2003 para seu patamar mais baixo desde 1997, informou ontem o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) em seu relatório anual.
O principal motivo foi a queda drástica no número de refugiados afegãos e iraquianos após a deposição, respectivamente, do Taleban (2001) e da ditadura de Saddam Hussein (abril passado).
"Não podemos relaxar ainda. As melhoras são frágeis em muitos países [de origem de refugiados] e precisam ser alvo de investimento contínuo para que não haja uma reversão da tendência", disse o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Ruud Lubbers.
Segundo o Acnur, 463 mil pessoas pediram asilo em 2003. Foram analisados 36 países receptores e 39 nacionalidades de refugiados -dessas, apenas quatro mostraram aumento de pedidos.
Como região, a União Européia registrou a maior queda de pedidos recebidos, 22%, para 288 mil -comparando com 1992, quando houve 669 mil solicitações à região ante as sucessivas guerras nos Bálcãs, o recuo chega a 67%.
O aumento de refugiados tchetchenos fez com que, pela primeira vez em décadas, a Rússia encabeçasse a lista de pedidos feitos, com 33,4 mil solicitações -um salto de 68% em relação a 2002.
Os principais destinos desses refugiados foram a Áustria, a Polônia, a República Tcheca, a Alemanha e a Eslováquia.
Em contrapartida o número de pedidos de asilo feitos por iraquianos, que, em 2002, lideravam o ranking, caiu 50%, para 24,7 mil no ano passado. Considerado apenas o ano de 2003, a tendência também foi constante: em janeiro, houve 4.200 solicitações, contra 900 em dezembro.
Já os pedidos afegãos recuaram 46%, para 13,8 mil -desde 2001, o Acnur repatriou 2,5 milhões de afegãos. Por sua vez, os refugiados de Sérvia e Montenegro, primeiros da lista entre 1998 e 2000, continuaram a trajetória descendente, recuando 23% para 24,8 mil durante o ano passado. Também houve queda expressiva na África, sobretudo em Serra Leoa (58%).
Na ponta receptora, destacaram-se Reino Unido (recebeu 61 mil pedidos), EUA (60,7 mil), França (51,4 mil) e Alemanha (50,5 mil). Embora altos, todos esses números refletem quedas expressivas - 41% no caso britânico, 26% no americano e 29% no alemão, que chegou ao seu patamar mais baixo em 19 anos.


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