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Não há cocaína na bebida, diz teste
DA REDAÇÃO
Uma ação trabalhista movida
por um ex-executivo da Coca-Cola no Brasil, que acusava a empresa de usar "essência de cocaína"
na fórmula de seu principal refrigerante, levou a companhia a realizar testes que comprovaram que
não há traços da droga na bebida.
A análise, feita pelo Instituto
Nacional de Criminalística da Polícia Federal a pedido do Ministério Público Federal, indicou que
não há, na fórmula do refrigerante, "substâncias entorpecentes e/
ou psicotrópicas, inclusive cocaína, capazes de causar dependência física". Segundo a análise, o
único alcalóide encontrado na
fórmula da Coca-Cola é a cafeína.
O ex-funcionário Placídio José
Mendes, que trabalhou na empresa de 1972 a 1983, reclamava uma
indenização a que teria direito por
ter acesso a "informações sigilosas" da companhia. Para provar,
denunciou a suposta existência da
"essência de cocaína" na fórmula
do refrigerante.
Grande parte da história contada por Mendes, sobre a importação das folhas de coca do Peru pela empresa Stepan Company, que
fabrica o aromatizante de coca
que compõe a chamada "mercadoria nš 5", um dos itens que fazem parte da fórmula da Coca-Cola, condiz com as informações
relatadas pelo jornalista Frederick
Allen no livro "Secret Formula"
(fórmula secreta). O livro é sugerido pela assessoria de imprensa
da própria Coca-Cola como a melhor fonte de informações sobre a
história da companhia.
Quando a denúncia foi feita, em
setembro, a Coca-Cola publicou
em diversos órgãos de imprensa
anúncios de página inteira negando a existência de cocaína na fórmula do refrigerante. "A Coca-Cola nega veementemente a utilização de cocaína ou de qualquer
outra substância nociva na fabricação do refrigerante", dizia um
comunicado da empresa.
"De fato, não existe essa tal "essência de cocaína", e a Coca-Cola
diz a verdade quando afirma que
não há traços da droga no refrigerante. O que existe é um extrato
de coca, "descocainizado'", disse à
Folha o colombiano Sergio Uribe,
membro da Jife (Junta Internacional Fiscalizadora de Entorpecentes), órgão da ONU responsável
pela aplicação da legislação internacional sobre drogas.
(RW)
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