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Garner prevê
novo governo
em uma semana
DA REDAÇÃO
O general da reserva americano Jay Garner, 65, encarregado da administração do Iraque
ocupado pelas forças da coalizão anglo-americana, declarou
ontem que pretende formar
seu gabinete e começar a trabalhar já na próxima semana.
Já o governo interino iraquiano -que deve fazer a ponte
entre o governo transitório liderado pela coalizão e um governo iraquiano eleito, à semelhança do modelo usado no
Afeganistão- seria empossado no início de junho, quando
expira o prazo do programa da
ONU Petróleo por Comida,
afirmou o jornal americano
"The Washington Post".
Segundo essa versão, discutida na Casa Branca anteontem,
a produção de petróleo do país
seria então retomada e usada
para custear a reconstrução.
No entanto a coalizão ainda
esbarra em dificuldades -sendo a principal delas a recusa de
clérigos xiitas em participar de
um governo laico, como exigem os EUA.
"Cor local"
Garner chegou a Bagdá segunda-feira e seguiu para dois
dias de viagem pelo norte do
Iraque, região dominada pelos
curdos. A recepção na volta à
capital ontem foi fria, apesar do
aparente esforço do general para cativar os iraquianos.
"Acho que vocês começarão
a ver o início do processo governamental já na próxima semana. Mais para o fim da próxima semana", disse Garner
em uma entrevista coletiva.
"Haverá rostos iraquianos
nele. O governo será dos iraquianos", afirmou o general, na
tentativa de dar uma "cor local" a um governo que será gerido essencialmente pela coalizão, à semelhança do antigo
modelo colonialista.
Garner disse já ter coordenadores para cada pasta e afirmou que, no momento, trabalha na alocação dos ministérios, já que Bagdá foi, em grande parte, destruída pelos bombardeios da coalizão e pelos saques da população.
O general falou após se reunir
com 60 autoridades iraquianas
-em sua maioria, professores.
Nos próximos dias, ele deve
participar de novo encontro.
Chalabi rechaçado
Questionado sobre Ahmed
Chalabi, o líder do grupo oposicionista Congresso Nacional
Iraquiano que viveu anos exilado nos EUA e inicialmente foi
visto como o candidato preferido do Departamento da Defesa
dos EUA, Garner respondeu:
"Chalabi não é meu candidato
nem o candidato da coalizão
[para presidir o Iraque]".
O general disse que pretende
"encerrar a ocupação americana o mais rápido possível" e
"ter iraquianos governando o
país". "Nosso propósito em seu
país é criar o ambiente para
que vocês possam começar um
processo de governo que leve a
um Iraque democrático."
O general está instalado no
Palácio da República em Bagdá, onde vivia o ex-ditador
Saddam Hussein, e ofereceu
ontem um churrasco à moda
americana para cem pessoas.
Com agências internacionais
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