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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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Irã nega atuação no Iraque e pede governo da ONU no país vizinho

DA REDAÇÃO

Em resposta às acusações feitas nos últimos dias pelos EUA de que estaria interferindo na política iraquiana, o governo iraniano negou ontem qualquer envolvimento com recentes protestos antiamericanos no país vizinho. O Irã afirmou também que as suspeitas sobre o país terminariam se os americanos transferissem para a ONU a responsabilidade de formar um governo interino.
"Saudamos a democracia e um governo apoiado pela população do Iraque, mas não apoiaremos um partido específico", disse chanceler do Irã, Kamal Kharrazi.
A entrevista coletiva foi concedida ao lado do chanceler francês, Dominique de Villepin, que está em viagem pelo Oriente Médio.
Ele disse que os xiitas iraquianos são "nossos irmãos religiosos", mas afirmou que o Irã não os incentivará a chegar ao poder.
Os xiitas dominam o Irã, mas no Iraque, onde são 60% da população, foram perseguidos pelo ex-ditador Saddam Hussein, da minoria sunita (20%).
Altos funcionários do governo americano têm acusado o Irã de estar por trás de manifestações anti-EUA. Ontem, foi a vez do próprio presidente George W. Bush dizer que "espera que o Irã permita que o Iraque se desenvolva como uma sociedade pacífica e estável. Temos dito aos iranianos que é o que esperamos." Bush disse que não planeja atacar o país.
Kharrazi negou as acusações e pediu que a ONU tivesse um "papel principal" na reconstrução do Iraque. "Apenas quando um governo da ONU assumir o controle não haverá mais suspeitas e acusações de outros países", disse.
Em 2002, Bush acusou o Irã, a Coréia do Norte e o Iraque de formar um "eixo do mal" por tentar desenvolver armas de destruição em massa. O Irã nega a acusação.


Com agências internacionais


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