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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Terrorista se explodiu em estação de trem

Ataque suicida palestino deixa 1 israelense morto e 13 feridos

Nir Keidar/Associated Press
Mulher ferida em ataque palestino em Kfar Saba chega a hospital da cidade, ao norte de Tel Aviv


DA REDAÇÃO

Um terrorista suicida palestino detonou explosivos presos a seu corpo em uma estação de trem de Kfar Saba, em Israel, matando um policial e ferindo 13 pessoas.
O ataque foi o primeiro do tipo em quase um mês e acontece um dia após o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, e o primeiro-ministro designado, Mahmoud Abbas -mais conhecido como Abu Mazen-, chegarem a um acordo sobre a formação do novo gabinete, mais moderado e duramente criticado por grupos terroristas.
O grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah (facção política de Arafat), e a Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) assumiram a autoria do atentado terrorista.
Segundo uma testemunha, um jovem de óculos escuros e casaco se dirigiu ao posto de controle da estação recém-inaugurada, ao norte de Tel Aviv, e pôs a mão no bolso, como se fosse pegar um documento, mas detonou a bomba que estava em seu bolso.
O terrorista foi identificado como Ahmed Al Khatib, 18, do campo de refugiados de Balata, perto de Nablus, na Cisjordânia.
Mazen, o premiê palestino, condenou o atentado. Em entrevista ao Canal 10 de Israel, ele disse que se opõe a esse tipo de ataque. Ele foi um dos primeiros líderes palestinos a criticar o terrorismo contra civis na Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), que já matou ao menos 2.007 palestinos e 734 israelenses desde setembro de 2000.
Arafat também se manifestou contrariamente à ação terrorista, mas também criticou Israel por ter matado dois palestinos em distúrbios em Ramallah (Cisjordânia). O governo israelense afirmou que o ataque deixa claro que a primeira atitude do novo governo palestino deve ser combater o terrorismo. "Esse ataque deixa claro que não dá para negociar enquanto houver terrorismo", disse o chanceler Silvan Shalon.
Mazen promete combater o terror e nomeou para ministro da Segurança Interna palestino o poderoso ex-chefe de segurança de Gaza Mohammed Dahlan, conhecido por ter agido duramente contra grupos terroristas. A presença de Dahlan era o grande entrave para um acordo entre Arafat e Mazen. Pressionado por EUA, União Européia e países árabes, Arafat acabou cedendo.
Mazen deve liderar os palestinos na possível retomada das negociações de paz com os israelenses. Raanan Gissin, porta-voz do governo israelense, disse que o premiê Ariel Sharon pode convidar Mazen a discutir um cessar-fogo e retomar as negociações.
A única condição para o convite ser formalizado é a aprovação do gabinete de Mazen pelo Parlamento palestino, o que deve ocorrer no início da próxima semana.
O grupo terrorista Hamas prometeu oferecer resistência. "Todo governo palestino que pretenda se tornar uma ferramenta da ocupação israelense será confrontado", disse um líder do grupo.

Com agências internacionais


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