São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

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Israel anuncia ofensiva maciça contra o Hamas na faixa de Gaza

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, anunciou ontem que "será realizada uma operação militar israelense maciça na faixa de Gaza contra o [grupo extremista islâmico] Hamas".
A declaração foi dada em reunião de seu partido, o Likud, no Knesset (Parlamento de Israel), enquanto as forças israelenses intensificavam a ofensiva nas cidades palestinas da Cisjordânia, com cerco ao quartel-general do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.
Na primeira ação da nova operação contra o Hamas, um helicóptero israelense disparou mísseis contra dois carros em Rafah (Gaza), matando seis palestinos, sendo quatro deles integrantes do grupo, e ferindo outros cinco. Entre os mortos está Iasser Rizik, um dos principais líderes do Hamas, acusado de envolvimento em atentado que matou quatro soldados israelenses em janeiro.
Sharon não explicou se a operação será similar à que está acontecendo na Cisjordânia, onde tanques são usados para ocupar militarmente as cidades, com buscas de militantes e armamentos de casa em casa. Até agora, a faixa de Gaza tem sido alvo de ataques aéreos, mas em nenhum momento houve ações terrestres. A região é o bastião do Hamas.
O líder espiritual do grupo, o xeque Ahmed Yassin, está, segundo a ANP, em prisão domiciliar na sua casa na cidade de Gaza. Mas o xeque, que é tetraplégico e cego, disse não ter sido informado.
Em comunicado, o Hamas ameaçou Israel de cometer atentados e advertiu Arafat sobre as recentes ações contra o grupo.
Em Ramallah (Cisjordânia), o QG de Arafat continuava cercado, após a ofensiva iniciada na madrugada de ontem. Barreiras foram erguidas diante dos portões de entrada do complexo e nas ruas das redondezas. Soldados se posicionaram ao redor dos escritórios onde está Arafat.
Ao todo, cerca de 20 tanques estavam dentro do QG. O líder palestino foi mantido sob cerco israelenses por várias vezes desde dezembro, podendo sair de Ramallah em poucas oportunidades. Somente neste mês, tanques já entraram no seu QG por três vezes.
"Israel, com esses contínuos ataques, está revelando ao mundo quais são suas reais intensões", afirmou Arafat. Além de Ramallah, Israel mantém operações em outras seis cidades palestinas da Cisjordânia, onde toda a população está sob toque de recolher.


Com agências internacionais


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