|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DESASTRE NA ÁFRICA
Ao menos 800 ficaram feridos; descontrolado e na contramão, trem de passageiros colidiu com um de carga
Choque de trens mata 200 na Tanzânia
DA REDAÇÃO
Ao menos 200 pessoas morreram e centenas ficaram feridas
ontem na Tanzânia, após uma colisão entre um trem de passageiros e outro de carga.
Sobreviventes contaram que
muitos saltaram para fora do
trem em velocidade para salvar
suas vidas, enquanto o condutor
percorria os vagões alertando os
cerca de mil passageiros que o veículo estava fora de controle.
O trem de passageiros subia
uma montanha quando sofreu falha mecânica. Passou, então, a
descer no sentido contrário, na
direção do outro que vinha atrás.
"O trem seguiu na contramão e
se chocou contra aquele que vinha atrás. Ele tinha 22 cabines e 21
delas caíram para fora dos trilhos", afirmou Isaac Mwakajila,
diretor-assistente da Companhia
de Trens Tanzaniana.
O acidente ocorreu às 8h30 (horário local, 2h30 em Brasília) entre
Igandu e Msagali, 100 km a sudeste da capital Dodoma e cerca de
400 km de Dar-es-Salam, a principal cidade do país e ponto de partida do trem de passageiros.
Autoridades e jornalistas que visitaram o local do acidente afirmaram que cerca de 800 pessoas
ficaram gravemente feridas.
"Os corpos estavam deitados no
chão. Foi uma cena horrível", disse um jornalista. "Vi homens
usando cordas para retirar o corpo de uma mulher dos destroços." Os serviços de resgate trabalharam o dia inteiro em busca de
passageiros presos nas ferragens.
Ao cair da noite, muitos ainda
continuavam sob os destroços.
John Maganga, 32, um dos sobreviventes, disse que a colisão se
deu em velocidade. "Quando o
trem passou a andar para trás,
atingiu uma velocidade muito alta", observou Maganga, com a cabeça ainda sangrando. "O condutor correu às cabines pedindo às
pessoas que fechassem as janelas
e dizendo que o trem estava fora
de controle."
O presidente tanzaniano, Benjamin Mkapa, visitou feridos no
hospital de Dodoma. Segundo a
rádio estatal, ele ficou abatido ao
ver crianças chorando nos corredores, à procura de seus pais.
Anna Abdallah, ministra da
Saúde, disse que as autoridades
enfrentavam uma "situação muito ruim" para atender os feridos.
"Os hospitais estão lotados e está
faltando médicos", disse a ministra que, por ter formação em medicina, atendia pessoas num hospital de Dodoma.
O premiê Frederick Sumaye foi
ao local do acidente e decretou
dois dias de luto oficial no país.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Israel anuncia ofensiva maciça contra o Hamas na faixa de Gaza Próximo Texto: Justiça: Decisão da Suprema Corte limita a condenação à morte nos EUA Índice
|