São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

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DESASTRE NA ÁFRICA

Ao menos 800 ficaram feridos; descontrolado e na contramão, trem de passageiros colidiu com um de carga

Choque de trens mata 200 na Tanzânia

DA REDAÇÃO

Ao menos 200 pessoas morreram e centenas ficaram feridas ontem na Tanzânia, após uma colisão entre um trem de passageiros e outro de carga.
Sobreviventes contaram que muitos saltaram para fora do trem em velocidade para salvar suas vidas, enquanto o condutor percorria os vagões alertando os cerca de mil passageiros que o veículo estava fora de controle.
O trem de passageiros subia uma montanha quando sofreu falha mecânica. Passou, então, a descer no sentido contrário, na direção do outro que vinha atrás.
"O trem seguiu na contramão e se chocou contra aquele que vinha atrás. Ele tinha 22 cabines e 21 delas caíram para fora dos trilhos", afirmou Isaac Mwakajila, diretor-assistente da Companhia de Trens Tanzaniana.
O acidente ocorreu às 8h30 (horário local, 2h30 em Brasília) entre Igandu e Msagali, 100 km a sudeste da capital Dodoma e cerca de 400 km de Dar-es-Salam, a principal cidade do país e ponto de partida do trem de passageiros.
Autoridades e jornalistas que visitaram o local do acidente afirmaram que cerca de 800 pessoas ficaram gravemente feridas.
"Os corpos estavam deitados no chão. Foi uma cena horrível", disse um jornalista. "Vi homens usando cordas para retirar o corpo de uma mulher dos destroços." Os serviços de resgate trabalharam o dia inteiro em busca de passageiros presos nas ferragens. Ao cair da noite, muitos ainda continuavam sob os destroços.
John Maganga, 32, um dos sobreviventes, disse que a colisão se deu em velocidade. "Quando o trem passou a andar para trás, atingiu uma velocidade muito alta", observou Maganga, com a cabeça ainda sangrando. "O condutor correu às cabines pedindo às pessoas que fechassem as janelas e dizendo que o trem estava fora de controle."
O presidente tanzaniano, Benjamin Mkapa, visitou feridos no hospital de Dodoma. Segundo a rádio estatal, ele ficou abatido ao ver crianças chorando nos corredores, à procura de seus pais.
Anna Abdallah, ministra da Saúde, disse que as autoridades enfrentavam uma "situação muito ruim" para atender os feridos. "Os hospitais estão lotados e está faltando médicos", disse a ministra que, por ter formação em medicina, atendia pessoas num hospital de Dodoma.
O premiê Frederick Sumaye foi ao local do acidente e decretou dois dias de luto oficial no país.


Com agências internacionais

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