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ÁSIA
Pacto busca resolver disputas entre os 2 países, que travaram uma guerra em 1962
Índia reconhece Tibete como chinês
DA REDAÇÃO
A Índia e a China, que em 1962
entraram em guerra por disputas
territoriais, anunciaram ontem
um acordo para "explorar, da
perspectiva política da relação bilateral, um modelo para um acordo de fronteiras". A Índia reconheceu a região autônoma do Tibete como parte do território chinês, enquanto a China concordou
em iniciar um comércio pela
fronteira com o Estado indiano de
Sikkim, alvo de disputas.
O anúncio foi feito durante a visita a Pequim do premiê indiano,
Atal Behari Vajpayee, a primeira
de um líder indiano ao país vizinho em uma década.
Vajpayee e os líderes chineses se
comprometeram a deixar de lado
décadas de "guerra fria" entre os
dois gigantes com poder nuclear e
impulsionar "uma cooperação
compreensiva".
As relações entre os dois países
já vinham melhorando nos últimos anos, com o foco na questão
do comércio, deixando de lado as
disputas territoriais e questões como a aliança da China com o Paquistão, com quem a Índia já travou três guerras, também por
questões de fronteira. O comércio
bilateral entre Índia e China atingiu US$ 5 bilhões no ano passado.
O acordo sobre o Tibete e Sikkim, assinado na segunda-feira,
prevê a reabertura de uma rota de
comércio usada por carregadores
e mulas que cruzam uma passagem a 4.400 metros de altitude.
A situação de Sikkim tem sido
um dos principais entraves nas
relações entre a Índia e a China. A
região, antes um principado independente, foi anexada em 1975
pela Índia, mas a China nunca a
reconheceu como parte do território indiano. A China também
reclama a posse de parte do território de Sikkim.
A declaração conjunta entre os
países diz ainda que a Índia "não
permitirá atividades políticas
contra a China" entre os exilados
tibetanos. A Chancelaria indiana
disse, porém, que isso não afetará
a situação do dalai-lama, líder espiritual do Tibete, que vive exilado em Dharamsala, na Índia, desde 1959. A China acusa o dalai-lama de fazer campanha pela independência do Tibete.
O governo tibetano no exílio, liderado pelo dalai-lama, elogiou o
acordo. "Acreditamos que a melhoria das relações entre a Índia e
a China encorajará os líderes chineses a recomeçar as negociações
com Dharamsala sobre a questão
do Tibete", disse um porta-voz do
dalai-lama.
Com agências internacionais
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