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São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

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ÁSIA

Pacto busca resolver disputas entre os 2 países, que travaram uma guerra em 1962

Índia reconhece Tibete como chinês

DA REDAÇÃO

A Índia e a China, que em 1962 entraram em guerra por disputas territoriais, anunciaram ontem um acordo para "explorar, da perspectiva política da relação bilateral, um modelo para um acordo de fronteiras". A Índia reconheceu a região autônoma do Tibete como parte do território chinês, enquanto a China concordou em iniciar um comércio pela fronteira com o Estado indiano de Sikkim, alvo de disputas.
O anúncio foi feito durante a visita a Pequim do premiê indiano, Atal Behari Vajpayee, a primeira de um líder indiano ao país vizinho em uma década.
Vajpayee e os líderes chineses se comprometeram a deixar de lado décadas de "guerra fria" entre os dois gigantes com poder nuclear e impulsionar "uma cooperação compreensiva".
As relações entre os dois países já vinham melhorando nos últimos anos, com o foco na questão do comércio, deixando de lado as disputas territoriais e questões como a aliança da China com o Paquistão, com quem a Índia já travou três guerras, também por questões de fronteira. O comércio bilateral entre Índia e China atingiu US$ 5 bilhões no ano passado.
O acordo sobre o Tibete e Sikkim, assinado na segunda-feira, prevê a reabertura de uma rota de comércio usada por carregadores e mulas que cruzam uma passagem a 4.400 metros de altitude.
A situação de Sikkim tem sido um dos principais entraves nas relações entre a Índia e a China. A região, antes um principado independente, foi anexada em 1975 pela Índia, mas a China nunca a reconheceu como parte do território indiano. A China também reclama a posse de parte do território de Sikkim.
A declaração conjunta entre os países diz ainda que a Índia "não permitirá atividades políticas contra a China" entre os exilados tibetanos. A Chancelaria indiana disse, porém, que isso não afetará a situação do dalai-lama, líder espiritual do Tibete, que vive exilado em Dharamsala, na Índia, desde 1959. A China acusa o dalai-lama de fazer campanha pela independência do Tibete.
O governo tibetano no exílio, liderado pelo dalai-lama, elogiou o acordo. "Acreditamos que a melhoria das relações entre a Índia e a China encorajará os líderes chineses a recomeçar as negociações com Dharamsala sobre a questão do Tibete", disse um porta-voz do dalai-lama.


Com agências internacionais


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