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São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Em Nova York, presidente dos EUA e chanceler da Alemanha fazem esforço para reaproximar os dois países

Bush e Schröder dizem ter superado crise

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, e o chanceler (premiê) da Alemanha, Gerhard Schröder, disseram ontem que tinham concordado em pôr de lado suas diferenças relacionadas ao Iraque e em trabalhar em conjunto para levar estabilidade ao país.
Os dois líderes buscaram pôr fim às divergências que os opunham havia mais de um ano numa reunião em Nova York. Anteontem, Bush discursou na Assembléia Geral da ONU. Schröder fez seu discurso ontem. Para diplomatas dos EUA, a intenção de Schröder de permitir que a Alemanha colabore com as ações dos EUA ajudou na reaproximação.
Em setembro passado, quando buscava reeleger-se na Alemanha, Schröder criticou duramente a intenção de Bush de atacar o Iraque -do ex-ditador Saddam Hussein. Ele chegou até a dizer que, sob seu comando, a Alemanha não participaria da guerra. Segundo analistas alemães, sua atitude contribuiu para sua reeleição.
No primeiro encontro formal entre os dois em mais de um ano, Schröder afirmou que a Alemanha ajudará os EUA "com os recursos que tiver" e reiterou que seu país está disposto a treinar policiais iraquianos. Mas ele não disse que enviaria tropas ao Iraque.
Em agosto, Schröder deu a entender que não enviaria soldados ao Iraque. E a Alemanha atravessa um período de dificuldades econômicas, não podendo comprometer-se a fornecer muito dinheiro aos responsáveis pelos esforços de reconstrução. Os alemães poderão ser punidos pelo Banco Central Europeu por não conseguir manter seu déficit público abaixo de 3% neste ano fiscal.
"Ainda há análises diferentes dos dois lados, mas concordamos em transferir certo poder aos iraquianos e em que o cronograma tem de ser razoável", disse Schröder após encontrar-se com Bush.
Em seu discurso na Assembléia Geral, o chanceler alemão também pareceu empregar um tom bem mais conciliador que nos últimos meses, insistindo na necessidade de entregar o poder político aos iraquianos, mas admitindo que a situação é delicada e que os EUA precisam de ajuda.
Mas um alto funcionário do governo dos EUA disse que Washington não pretende abrir mão de muito poder no Iraque. Para ele, a transferência de poder tem de ser feita gradualmente para permitir a adoção de uma Constituição e a realização de eleições.


Com agências internacionais


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