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São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003

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INTERNET

Para analistas e concorrência, medida é mercadológica

Microsoft decide fechar "chats" e alega defesa contra pedofilia

DA REDAÇÃO

A Microsoft anunciou ontem que fechará as suas salas de bate-papo na internet ("chats") em 28 países. A decisão, segundo a empresa, visa impedir que crianças fiquem sujeitas a contato com pedófilos e à exploração sexual. A medida entra em vigor a partir de 14 de outubro.
Analistas e concorrentes da Microsoft nesse segmento afirmaram ontem que a medida da empresa americana teria fins mercadológicos e que não haverá impacto no uso das salas de bate-papo. A Microsoft tem um desempenho fraco nesse setor e estaria disposta a focar produtos de maior sucesso, como os de envio de mensagens instantâneas e de e-mail.
Nos países onde a Microsoft decidiu não fechar as salas, o uso delas será mais restrito. Em alguns, o acesso será permitido apenas a assinantes. Os EUA, o Canadá e o Japão se encaixam nesse grupo.
Em outros, como o Brasil, haverá um monitoramento 24 horas das salas de bate-papo. As salas criadas por usuários serão encerradas. Permanecerão apenas as do próprio MSN (site da Microsoft onde se localizam as salas de bate-papo da empresa). Novas salas podem ser criadas.
Levantamento do IbopeRatings indica que a participação da MSN no segmento das salas de bate-papo, em residências, no mundo é baixa. No Brasil, está em 2,04%. Nos EUA, em 1,17%.
"A Microsoft tem preocupações sociais. Mas acredito que essa medida tenha sido mercadológica. As salas de bate-papo não atraem muito dinheiro [para a empresa]", disse Michal Halama, analista da empresa de pesquisas de informática Gatner. Empresas concorrentes, como a AOL e o Yahoo, consideradas gigantes internacionais no segmento de salas de bate-papo, disseram que a decisão da Microsoft não as afetará.
A AOL já havia fechado as salas de bate-papo no início do ano.
"O que a MSN está fazendo levará seus usuários a utilizarem outras salas de bate-papo. Ninguém vai parar de usar as salas. Nós sabemos dos problemas envolvendo as salas e eles não se resolvem com o fechamento delas", disse um porta-voz da Freeserve, um dos principais concorrentes do MSN no Reino Unido.
Algumas empresas de segurança da internet, como a NSPCC e a NCH, elogiaram a decisão da Microsoft.


Com agências internacionais


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