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Irmãos defendem posições opostas
DA REDAÇÃO
Ambos são advogados constitucionalistas conceituados, formados no mesmo ano, e foram membros da Assembléia Nacional Constituinte de 1999, eleitos
pelo Pólo Patriótico -coligação
de 13 partidos que apoiava o presidente Hugo Chávez e que elegeu
120 dos 131 constituintes.
Hermann, o mais velho, foi o
terceiro mais votado, com mais
de 2 milhões de votos. Carlos, o
mais novo, obteve uma votação
mais modesta -121,5 mil votos.
Com trajetórias parecidas, os irmãos Escarrá Malavé são o mais
claro exemplo das divisões radicais existentes na Venezuela. Hoje
em lados opostos, cada um deles
defende agora uma interpretação
diferente para a Constituição que
eles ajudaram a escrever.
Carlos Escarrá Malavé, 45, indicado por Chávez para a Suprema
Corte entre 1999 e 2000, continua
fiel às origens e defende com
unhas e dentes o argumento chavista de que o referendo sobre
Chávez proposto pela oposição é
ilegal e que uma consulta assim só
pode acontecer a partir de agosto.
Hermann Escarrá Malavé, 52,
tornou-se antichavista radical.
Como assessor da Coordenação
Democrática (associação de partidos e entidades de oposição), ele
luta pela realização do referendo.
Diferenças políticas à parte, os
dois afirmam manter uma relação pessoal boa. "É como se você
aí no Brasil torcesse para o Flamengo e seu irmão para o Fluminense", simplifica Carlos. "É um
símbolo da democracia."
Mas ele admite: "Para não brigar, evitamos discutir política, religião e beisebol [esporte mais popular na Venezuela]".
(RW)
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