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São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

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Irmãos defendem posições opostas

DA REDAÇÃO

Ambos são advogados constitucionalistas conceituados, formados no mesmo ano, e foram membros da Assembléia Nacional Constituinte de 1999, eleitos pelo Pólo Patriótico -coligação de 13 partidos que apoiava o presidente Hugo Chávez e que elegeu 120 dos 131 constituintes.
Hermann, o mais velho, foi o terceiro mais votado, com mais de 2 milhões de votos. Carlos, o mais novo, obteve uma votação mais modesta -121,5 mil votos.
Com trajetórias parecidas, os irmãos Escarrá Malavé são o mais claro exemplo das divisões radicais existentes na Venezuela. Hoje em lados opostos, cada um deles defende agora uma interpretação diferente para a Constituição que eles ajudaram a escrever.
Carlos Escarrá Malavé, 45, indicado por Chávez para a Suprema Corte entre 1999 e 2000, continua fiel às origens e defende com unhas e dentes o argumento chavista de que o referendo sobre Chávez proposto pela oposição é ilegal e que uma consulta assim só pode acontecer a partir de agosto.
Hermann Escarrá Malavé, 52, tornou-se antichavista radical. Como assessor da Coordenação Democrática (associação de partidos e entidades de oposição), ele luta pela realização do referendo.
Diferenças políticas à parte, os dois afirmam manter uma relação pessoal boa. "É como se você aí no Brasil torcesse para o Flamengo e seu irmão para o Fluminense", simplifica Carlos. "É um símbolo da democracia."
Mas ele admite: "Para não brigar, evitamos discutir política, religião e beisebol [esporte mais popular na Venezuela]". (RW)


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