São Paulo, terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Congresso aprova aumento de efetivo brasileiro

MARIA CLARA CABRAL
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso aprovou ontem pedido do governo brasileiro para dobrar o efetivo militar disponível para servir no Haiti de 1.300 para 2.600 soldados.
Apesar de o Congresso ter autorizado o envio imediato de mais 900 militares e a criação de uma reserva técnica de 400 soldados, que poderão ser deslocados para o país caribenho a qualquer momento, o Exército se prepara para reforçar a tropa somente em fevereiro.
O Ministério da Defesa informa que, mesmo selecionando militares que já estiveram no Haiti, os 900 homens precisam passar por um treinamento antes do embarque. Esclarece ainda que esse contingente não necessariamente será deslocado de uma só vez.
"Quem vai dizer quando precisa e onde precisa é o general Floriano Peixoto (comandante da Minustah, a missão de paz da ONU)", diz nota da Defesa.
Os militares escolhidos para servir na Minustah são voluntários, que são atraídos principalmente pelo salário, em dólares, maior do que o que recebem no Brasil.
O envio das tropas foi anunciado na semana passada pelo governo, mas precisava ser chancelado pelo Legislativo. Como os congressistas estão de recesso, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), convocou uma comissão representativa para votar o assunto -que também aprovou voto de pesar pela morte de 18 militares brasileiros e dois civis.
Único a se manifestar contrariamente ao reforço nas tropas, o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) argumentou que o Brasil deve priorizar o combate às suas mazelas. "Estou vendo meus irmãos morrendo aqui no Brasil sem uma palavra a favor deles. Está todo mundo assistindo, diariamente, ao que é a situação da Haiti e não a situação do Brasil. Eu sou contra porque o Haiti é aqui", afirmou.
Na hora da votação, no entanto, ele não estava presente no plenário, e a aprovação foi unânime. "Não nos cabe aqui fazer oposição, pois isso é algo que tem que unir a todos", afirmou o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).
A ajuda financeira de R$ 375 milhões ao Haiti, anunciada na semana passada pelo governo, ainda não foi liberada. A medida provisória que autoriza o repasse e o projeto de lei que indeniza as famílias dos militares mortos no terremoto só devem ser assinadas hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje, embarcam para o Haiti o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Armando Felix, e representantes dos ministérios da Defesa, das Relações Exteriores, da Saúde e da Integração Nacional para coordenar in loco a ajuda do Brasil.


Texto Anterior: Conferência já é parte de "plano Lula", diz Amorim
Próximo Texto: Haiti em ruínas: Desabrigados resistem a abandonar Porto Príncipe
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.