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Congresso aprova aumento de efetivo brasileiro
MARIA CLARA CABRAL
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Congresso aprovou ontem
pedido do governo brasileiro
para dobrar o efetivo militar
disponível para servir no Haiti
de 1.300 para 2.600 soldados.
Apesar de o Congresso ter
autorizado o envio imediato de
mais 900 militares e a criação
de uma reserva técnica de 400
soldados, que poderão ser deslocados para o país caribenho a
qualquer momento, o Exército
se prepara para reforçar a tropa
somente em fevereiro.
O Ministério da Defesa informa que, mesmo selecionando
militares que já estiveram no
Haiti, os 900 homens precisam
passar por um treinamento antes do embarque. Esclarece
ainda que esse contingente não
necessariamente será deslocado de uma só vez.
"Quem vai dizer quando precisa e onde precisa é o general
Floriano Peixoto (comandante
da Minustah, a missão de paz
da ONU)", diz nota da Defesa.
Os militares escolhidos para
servir na Minustah são voluntários, que são atraídos principalmente pelo salário, em dólares, maior do que o que recebem no Brasil.
O envio das tropas foi anunciado na semana passada pelo
governo, mas precisava ser
chancelado pelo Legislativo.
Como os congressistas estão de
recesso, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP),
convocou uma comissão representativa para votar o assunto
-que também aprovou voto de
pesar pela morte de 18 militares brasileiros e dois civis.
Único a se manifestar contrariamente ao reforço nas tropas, o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) argumentou que
o Brasil deve priorizar o combate às suas mazelas. "Estou
vendo meus irmãos morrendo
aqui no Brasil sem uma palavra
a favor deles. Está todo mundo
assistindo, diariamente, ao que
é a situação da Haiti e não a situação do Brasil. Eu sou contra
porque o Haiti é aqui", afirmou.
Na hora da votação, no entanto, ele não estava presente
no plenário, e a aprovação foi
unânime. "Não nos cabe aqui
fazer oposição, pois isso é algo
que tem que unir a todos", afirmou o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).
A ajuda financeira de R$ 375
milhões ao Haiti, anunciada na
semana passada pelo governo,
ainda não foi liberada. A medida provisória que autoriza o repasse e o projeto de lei que indeniza as famílias dos militares
mortos no terremoto só devem
ser assinadas hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje, embarcam para o Haiti
o ministro-chefe do Gabinete
de Segurança Institucional, general Armando Felix, e representantes dos ministérios da
Defesa, das Relações Exteriores, da Saúde e da Integração
Nacional para coordenar in loco a ajuda do Brasil.
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