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SAÚDE
Estudo em países em desenvolvimento mostra que falta de vitaminas afeta capacidade intelectual e produção de riquezas
Má alimentação reduz QI e PIB, diz ONU
DA REUTERS
A alimentação deficiente em vitaminas e sais minerais é responsável pela morte de mais de 1 milhão de crianças por ano no mundo, está causando a redução da
média do QI e provoca perdas de
produtividade que chegam a 2%
do PIB (Produto Interno Bruto,
total de riquezas produzidas por
um país) nos piores casos.
Essas são algumas das conclusões apresentadas em "Deficiência de Vitaminas e Minerais - Relatório do Progresso Global", documento produzido pelo Unicef
(Fundo das Nações Unidas para a
Infância) com dados de 80 países
em desenvolvimento.
"A deficiência de vitaminas e
minerais é tão disseminada que
debilita em grau significativo as
energias, o intelecto e as perspectivas econômicas das nações",
afirma o documento.
"A deficiência de vitaminas é
uma doença e, quando as pessoas
têm essa doença, elas não atingem
seu potencial mental ideal", afirma Ronald Waldman, professor
de clínica médica da Universidade Columbia (Nova York). Embora algumas deficiências, como
a de vitamina A, possam ser corrigidas, outras causam danos permanentes.
"Se você passou pela fase de
crescimento com falta de iodo, as
perdas no seu QI [quociente de
inteligência] não serão reversíveis", diz Waldman. Segundo o
relatório, insuficiência de iodo e
ferro pode provocar uma redução
de até 20 pontos no QI. Anualmente, nascem em todo o mundo
18 milhões de crianças com problemas mentais resultantes da falta de iodo.
O estudo, que abrange a população de 80% do mundo, aponta
ainda que a deficiência de ácido
fólico -um nutriente necessário
para o crescimento de tecidos, especialmente em mulheres grávidas- causa o nascimento de
aproximadamente 200 mil bebês
com defeitos congênitos.
Nos cálculos do Unicef, 40% da
população do mundo têm pouco
ferro, 15% apresentam insuficiência de iodo e 40%, de vitamina A.
Como solução, o Unicef propõe
como medida principal que os
países passem a enriquecer alguns
produtos usados na alimentação:
shoyu misturado com zinco, sal e
farinha com ferro, e óleo de cozinha, leite e margarina com vitamina A, por exemplo.
O relatório cita o Brasil apenas
nos quadros com as estatísticas
localizadas por países. A falta de
ferro causa anemia em 45% das
crianças brasileiras com menos
de cinco anos. A cada ano, a insuficiência de iodo é responsável pelo nascimento de 50 mil bebês
com problemas mentais, e a de vitamina A mata 4.000 crianças.
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