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São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2003

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Lula, Fidel e Chávez se sobressaem

DE BUENOS AIRES

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Hugo Chávez (Venezuela) e o ditador Fidel Castro (Cuba) foram os líderes estrangeiros que mais chamaram a atenção durante a posse do presidente argentino, Néstor Kirchner, ontem, em Buenos Aires.
Os três foram ovacionados pelos deputados e senadores que participavam da cerimônia, que aconteceu no Congresso argentino, em Buenos Aires.
Lula chegou a posar para fotografias com deputados e funcionários da Câmara dos Deputados que se diziam "fãs" do presidente brasileiro.
Já Chávez deu diversas declarações e chegou a atrasar em alguns minutos um dos atos protocolares da cerimônia -em que o ex-presidente Eduardo Duhalde receberia os líderes estrangeiros- porque estava ao telefone, dando uma entrevista ao vivo para uma rádio local.

Guarda-costas e isolamento
Fidel chegou a Buenos Aires no sábado à tarde com forte esquema de segurança. As ruas que circundavam o hotel onde ficou hospedado o ditador foram interditadas e diversos carros da Polícia Federal argentina davam plantão nas redondezas.
Mesmo no Congresso argentino -onde só estavam jornalistas e representantes das diversas embaixadas que vieram prestigiar a posse de Kirchner- os guarda-costas de Fidel não deixavam ninguém se aproximar.
O líder cubano, ao contrário dos demais chefes de Estado, ficou isolado numa sala à parte e se locomovia sorrateiramente para fugir das tentativas de entrevista e apertos de mão.
Esta foi a terceira visita de Fidel à Argentina. A primeira vez foi em 1959, após a Revolução Cubana, quando fez uma série de viagens internacionais. A segunda foi em 1995, quando participou da reunião de cúpula ibero-americana em Bariloche.
A presença do ditador cubano foi confirmada apenas dois dias antes da posse e pode sinalizar uma tentativa de Fidel de se reaproximar dos argentinos.
A visita também coincide com a recente decisão da Argentina de, como o Brasil, se abster de uma votação contra Cuba na ONU que julgava o governo de Fidel pela execução sumária dos três sequestradores de uma lancha em abril e pela prisão de dezenas de dissidentes políticos em março.
Havia 12 anos que a Argentina votava contra Cuba e a favor dos EUA nas decisões das Nações Unidas.
Amanhã, o líder cubano será recebido por Kirchner, que também terá uma reunião particular com Chávez.

Quórum
Ao todo, 13 chefes de Estado compareceram à posse de Kirchner. Há tempos um presidente argentino não era tão prestigiado. Ricardo Lagos (Chile), Jorge Batlle (Uruguai), Gonzalo Sánchez de Losada (Bolívia), Alejandro Toledo (Peru), Lucio Gutiérrez (Equador), Luis González Macchi (Paraguai) e Álvaro Uribe (Colômbia) foram alguns dos nomes presentes.
Os EUA foram representados por Mel Martínez, secretário de Habitação do presidente George W. Bush. Martínez substituiu o encarregado para assuntos do hemisfério, Roger Noriega, que não pôde comparecer. (EC)

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