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Lula, Fidel e Chávez se sobressaem
DE BUENOS AIRES
Os presidentes Luiz Inácio Lula
da Silva (Brasil) e Hugo Chávez
(Venezuela) e o ditador Fidel Castro (Cuba) foram os líderes estrangeiros que mais chamaram a
atenção durante a posse do presidente argentino, Néstor Kirchner,
ontem, em Buenos Aires.
Os três foram ovacionados pelos deputados e senadores que
participavam da cerimônia, que
aconteceu no Congresso argentino, em Buenos Aires.
Lula chegou a posar para fotografias com deputados e funcionários da Câmara dos Deputados
que se diziam "fãs" do presidente
brasileiro.
Já Chávez deu diversas declarações e chegou a atrasar em alguns
minutos um dos atos protocolares da cerimônia -em que o ex-presidente Eduardo Duhalde receberia os líderes estrangeiros-
porque estava ao telefone, dando
uma entrevista ao vivo para uma
rádio local.
Guarda-costas e isolamento
Fidel chegou a Buenos Aires no
sábado à tarde com forte esquema
de segurança. As ruas que circundavam o hotel onde ficou hospedado o ditador foram interditadas
e diversos carros da Polícia Federal argentina davam plantão nas
redondezas.
Mesmo no Congresso argentino
-onde só estavam jornalistas e
representantes das diversas embaixadas que vieram prestigiar a
posse de Kirchner- os guarda-costas de Fidel não deixavam ninguém se aproximar.
O líder cubano, ao contrário dos
demais chefes de Estado, ficou
isolado numa sala à parte e se locomovia sorrateiramente para fugir das tentativas de entrevista e
apertos de mão.
Esta foi a terceira visita de Fidel
à Argentina. A primeira vez foi
em 1959, após a Revolução Cubana, quando fez uma série de viagens internacionais. A segunda
foi em 1995, quando participou da
reunião de cúpula ibero-americana em Bariloche.
A presença do ditador cubano
foi confirmada apenas dois dias
antes da posse e pode sinalizar
uma tentativa de Fidel de se reaproximar dos argentinos.
A visita também coincide com a
recente decisão da Argentina de,
como o Brasil, se abster de uma
votação contra Cuba na ONU que
julgava o governo de Fidel pela
execução sumária dos três sequestradores de uma lancha em
abril e pela prisão de dezenas de
dissidentes políticos em março.
Havia 12 anos que a Argentina
votava contra Cuba e a favor dos
EUA nas decisões das Nações
Unidas.
Amanhã, o líder cubano será recebido por Kirchner, que também
terá uma reunião particular com
Chávez.
Quórum
Ao todo, 13 chefes de Estado
compareceram à posse de Kirchner. Há tempos um presidente argentino não era tão prestigiado.
Ricardo Lagos (Chile), Jorge Batlle (Uruguai), Gonzalo Sánchez de
Losada (Bolívia), Alejandro Toledo (Peru), Lucio Gutiérrez (Equador), Luis González Macchi (Paraguai) e Álvaro Uribe (Colômbia) foram alguns dos nomes presentes.
Os EUA foram representados
por Mel Martínez, secretário de
Habitação do presidente George
W. Bush. Martínez substituiu o
encarregado para assuntos do hemisfério, Roger Noriega, que não
pôde comparecer. (EC)
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