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São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2003

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Produção de papoula volta a crescer

DA REDAÇÃO

A presença militar americana no Afeganistão não impediu que o país passasse a figurar, no ano passado, como o principal produtor mundial de papoula, a planta utilizada para a fabricação de drogas como o ópio e a heroína.
Segundo o relatório anual da ONU sobre drogas ilícitas, divulgado ontem, a área destinada à produção de papoula no Afeganistão chegou a 74 mil hectares no ano passado, após ter caído de 82,2 mil para 7.600 hectares, entre 2000 e 2001.
Os EUA invadiram o Afeganistão em outubro de 2001, com o objetivo de caçar os membros do grupo extremista islâmico Taleban, que administrava o país, e da rede terrorista Al Qaeda, que assumiu a autoria dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os EUA. Cerca de 8.000 militares americanos, e outros 3.500 de outras nacionalidades, permanecem em solo afegão. Os EUA acusavam o Taleban e a Al Qaeda de se financiar com a venda da droga produzida no Afeganistão.
A principal razão para a redução nas plantações verificada em 2001 teria sido uma estratégia do Taleban. Com um alto estoque de ópio, o regime teria ordenado a suspensão dos plantios para pressionar por um aumento nos preços internacionais da droga. No ano passado, sem o controle imposto pelo Taleban, os camponeses voltaram a cultivar a papoula.
Com o crescimento do ano passado, o Afeganistão desbancou Mianmar como o principal produtor mundial da droga.

Colômbia e México
Na América Latina, houve uma redução, nos últimos anos, nas plantações de papoula no México e na Colômbia, onde a produção foi iniciada, nos anos 90, para abastecer principalmente o mercado norte-americano.
Na Colômbia, a área de plantio caiu de 7.400 hectares, em 1998, para 4.200 hectares no ano passado. No México, a redução, no mesmo período, foi de 5.500 hectares para 2.700 hectares.
Com o aumento na produção no Afeganistão, o potencial de produção mundial de heroína subiu para 450 toneladas, no ano passado, após ter caído de 469 toneladas para 160 toneladas, entre 2000 e 2001.
De acordo com o relatório das Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas usaram ópio ou heroína no mundo no período 2000-2001. (RW)


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