São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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EUA

Furacão causou prejuízos de pelo menos US$ 6 bi e matou uma pessoa; retorno de moradores a Houston só termina amanhã

Rita passa, mas inundações ameaçam o sul

DA REDAÇÃO

Especialistas e autoridades norte-americanas avaliam que os prejuízos provocados pelo furacão Rita, que atingiu a costa sul dos Estados Unidos no sábado pela manhã, ficarão entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões, após a passagem da tempestade ter provocado incêndios e inundações na Louisiana e no Texas.
Mais de 1 milhão de moradores ficaram sem energia elétrica e uma pessoa foi morta, no Estado vizinho do Mississippi, após um tornado criado pela passagem do furacão ter atingido e tombado o trailer em que vivia. O Katrina, que atingiu Louisiana e Mississippi há menos de um mês, aumentando as expectativas sobre possíveis danos do Rita, provocou mais de mil mortes.
As equipes de socorro procuravam ainda ontem possíveis vítimas do furacão, enquanto a chuva provocada por ele continuava a cair em todo o sul dos EUA. Autoridades locais manifestaram a preocupação de que isso pudesse causar grandes inundações, apesar do rebaixamento da magnitude do furacão após sua chegada ao continente.
"[O Rita] poderia causar inundações catastróficas", declarou Jack Colley, coordenador da administração de emergências do Texas. O Centro Nacional de Furacões emitiu um boletim ontem em que também afirmava continuarem graves as condições climáticas e alertava para a ameaça de inundações.
O Rita chegou a ser um furacão de categoria 5 (a mais alta, com ventos de 280 km/h), atingiu o continente graduado na categoria 3 (ventos de 190 km/h) e foi rebaixado no meio da tarde de anteontem para uma tempestade tropical, com ventos de até 80 km/h.
A maior parte da área afetada pelo Rita estava pouco povoada, já que mais de 2 milhões de pessoas foram evacuadas. Congestionamentos pararam rodovias que saem de Houston, a quarta maior cidade dos EUA e que originalmente se encontrava na rota do furacão.
Já no sábado as autoridades norte-americanas exortavam os que haviam abandonado as cidades a não voltarem imediatamente para suas casas, com medo dos transtornos que um regresso em massa poderia provocar. "Tenham paciência", pediu o governador do Texas, Rick Perry. "Se você está num lugar seguro, com água, comida e alojamento, você deveria permanecer por aí por enquanto."
Agora, as autoridades texanas organizam uma volta coordenada para casa. Um plano escalonado prevê um prazo de três dias, iniciado ontem, para o retorno de carros a Houston. Ontem já podiam voltar os moradores da periferia da cidade; hoje e amanhã, os habitantes das regiões centrais.
Se o plano não for respeitado, disse o governador do Estado, "não podemos garantir que haverá combustível suficiente, segurança nas rodovias nem um retorno rápido".
Também ontem o presidente George W. Bush disse considerar a possibilidade de o Departamento de Estado dos EUA -e os militares- passarem a ter um papel definido na atuação seguinte aos desastres naturais.
"Claramente, em caso de ataque terrorista, seria o caso [de o Departamento de Defesa agir], mas pode haver um desastre natural de certa magnitude que permita ao Departamento de Estado figurar como a entidade que liderará o esforço de resposta?", disse o presidente. "Essa será uma questão importante para o Congresso considerar."


Com agências internacionais


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