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PERIGO
Instalação militar não estava sendo vigiada pelos EUA, apesar de avisos da ONU sobre o material; Bush sabe do sumiço há 10 dias
350 t de explosivos desaparecem no Iraque
DA REDAÇÃO
Cerca de 350 toneladas de explosivos sumiram de instalações
militares próximas de Bagdá que
não estavam sendo vigiadas, disse
a AIEA (Agência Internacional de
Energia Atômica, da ONU). A
agência monitorava os explosivos
até o início da guerra liderada pelos EUA contra o Iraque, em março de 2003.
O Ministério de Ciência e Tecnologia iraquiano informou a
AIEA há cerca de duas semanas
que os explosivos sumiram "depois de 9 de abril de 2003 em roubos e saques das instalações governamentais por causa da falta
de segurança", disse a AIEA ao
Conselho de Segurança da ONU.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, foi informado sobre o
sumiço há dez dias, segundo seu
porta-voz, Scott McClellan.
"Nossa primeira prioridade,
sob nosso ponto de vista, foi assegurar que isso não representaria
um risco de proliferação nuclear,
e não é este o caso", afirmou. "Estamos falando de potentes explosivos convencionais, e o presidente quer se assegurar de que toda a
verdade seja conhecida."
Mas, segundo especialistas ouvidos pelo jornal "The New York
Times", que publicou a informação ontem, e pela agência de notícias Reuters, os explosivos podem
ser usados para fabricar um detonador nuclear, destruir edifícios
ou em armas convencionais.
Diplomatas da AIEA afirmaram
que o material também poderia
ser facilmente transportado para
fora do Iraque e vendido a países
como o Irã ou a terroristas.
Segundo eles, a agência advertira os EUA sobre o perigo dos explosivos antes do início da guerra
e, após a invasão, alertou funcionários do governo americano especificamente a respeito da necessidade de reforçar a segurança
nos locais onde eles estavam.
O Pentágono, por sua vez, afirmou desconhecer se os explosivos
sumiram antes ou depois de as
forças americanas assumirem o
controle do depósito.
"É muito possível, realmente
provável, que o último controle
sobre esses explosivos tenha sido
realizado durante o regime de
Saddam Hussein", acrescentou.
Para o "Times", os explosivos
desaparecidos estavam "em uma
das instalações militares mais
sensíveis do Iraque", e deveria estar sendo vigiada pelos EUA.
Eleições
O candidato democrata à Presidência dos EUA, John Kerry, classificou o caso como "o erro mais
grave e catastrófico na trágica série de equívocos no Iraque".
O assessor de Kerry Joe Lockhart disse: "Como é que eles não
vigiaram quase 380 toneladas
[cerca de 350 no sistema métrico]
de explosivos, apesar das claras
advertências da AEIA? Por que isso foi encoberto por nossos funcionários de segurança nacional?"
Republicanos rechaçaram o ataque. "John Kerry não tem nenhuma visão para combater e vencer
a guerra contra o terrorismo, então baseia seus ataques nas manchetes que lê ao acordar todos os
dias", disse o porta-voz da campanha de Bush, Scott Stanzel.
Mortos
Três civis iraquianos morreram
e seis ficaram feridos na explosão
de um carro-bomba contra um
comboio de soldados australianos
perto de sua embaixada em Bagdá. Também em Bagdá, um soldado da força multinacional liderada pelos EUA morreu e cinco ficaram feridos após a explosão de
uma bomba artesanal.
Dois carros-bomba explodiram
na região de Mossul, deixando
três mortos e quatro feridos.
Conflitos entre rebeldes e marines dos EUA em Ramadi deixaram três mortos e 21 feridos, e um
membro da Guarda Nacional iraquiana morreu ao desativar uma
bomba em Baaquba.
Com agências internacionais
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