São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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DOUTRINA

Texto é resumo das posições do atual pontificado

Manual do Vaticano veta aborto, guerra preventiva e casamento gay

DA REDAÇÃO

O Vaticano publicou ontem um compêndio com pontos da doutrina social do atual pontificado, no qual condena o casamento entre homossexuais, o terrorismo, a guerra preventiva e o aborto, que qualificou de "um crime horroroso". Também reiterou sua condenação à pena de morte.
A "imoralidade" da guerra preventiva e o aborto são temas presentes na campanha eleitoral americana. Mas porta-vozes da igreja disseram não procurar influenciar os eleitores daquele país.
Eles também evitaram legitimar a posição de alguns bispos dos EUA que, partidários de George W. Bush, recomendam que não se votem em partidários do aborto, em referência a John Kerry.
O compêndio de 524 páginas retoma tópicos amplamente desenvolvidos por João Paulo 2º. Na ausência de questões inéditas, a idéia foi a de redigir um manual com as posições da igreja.
Sobre a guerra preventiva, princípio em nome do qual Bush invadiu o Iraque, a publicação diz que essa forma de reagir, "sem uma prova clara de que existe a iminência de um ataque, é algo que levanta sérias questões morais".
O texto afirma ainda que, para ser legítima, a motivação de uma intervenção armada deve partir de uma instituição que não leve "em conta a lógica específica de um Estado". Foi uma forma elegante de condenar o unilateralismo e recomendar decisões que passem pelo crivo da ONU.
Indagado se a Guerra do Iraque fora "ilegal", o cardeal Renato Martino pediu que os jornalistas relessem o que o papa disse ao presidente Bush em junho, ao recebê-lo no Vaticano. João Paulo 2º mencionou "graves preocupações" sobre o que ocorria naquele país árabe e desejou "uma normalização a mais rápida possível".
A compilação do Vaticano também diz que o terrorismo deve ser condenado "nos termos mais absolutos" e que defender-se dos terrorismo é inconcebível fora das normas morais e legais.
Condenou o casamento gay, mas disse que os homossexuais "devem ser plenamente respeitados em sua dignidade".
"O casamento é santo, e as relações entre homossexuais são intrinsecamente desordenadas e estão em contraste com as leis morais naturais", diz o Vaticano.


Com agências internacionais


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