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Vásquez ordena volta de transportes após país parar
Contra aumento do óleo diesel, empresas bloquearam acesso a petrolífera e porto
Paralisação iniciada segunda já ameaça abastecimento; sindicato entra na Justiça contra decreto e só retoma entrega de combustívelP
DA REDAÇÃO
Em meio à primeira grande
crise em seu governo desde a
posse, no ano passado, o presidente uruguaio, Tabaré Vásquez, decretou ontem a essencialidade dos serviços de transporte de carga rodoviários, dada à "grave situação gerada no
país pela alteração na prestação
dos serviços".
A crise começou no início
desta semana, quando uma locaute de empresas de caminhões e táxis paralisou parcialmente várias cidades, ameaçando o abastecimento de alimentos e combustível -este já
começava a faltar. Os empresários protestavam contra o aumento de US$ 0,05 do óleo diesel, para, segundo o governo de
centro-esquerda, subsidiar o
transporte de passageiros.
Depois do fracasso das negociações com a central patronal
Intergremial de Transporte de
Carga, o governo deu um prazo
até a 0h de ontem para a normalização dos serviços. Foram
estabelecidas como essenciais
a distribuição de combustíveis,
alimentos e produtos perecíveis e a coleta de lixo hospitalar.
Recurso
Os empresários de caminhões aceitaram uma proposta
de redução da carga tributária,
mas, considerando-a insuficiente, reiniciaram apenas o
transporte de combustível, liberando o acesso a uma petrolífera, que havia sido bloqueado
com veículos de carga. O Intergremial considerou ainda que o
decreto do governo é "ilegal" e
entrou com recurso na Justiça
pedindo sua revogação. As empresas de táxi decidiram voltar
ao trabalho.
Pela manhã de ontem, o terminal portuário de Montevidéu permanecia bloqueado por
caminhões -a normalização de
suas atividades também havia
sido ordenada pelo governo.
Vários navios tiveram de deixar
o local depois de não conseguir
fazer o carregamento, mas, à
tarde, o acesso foi liberado.
O governo vê na greve uma
concertação da direita. Em
apoio ao presidente, a central
sindical esquerdista Pit-CNT
convocou uma greve geral para
anteontem, que durou cinco
horas e parou o país -transformando a situação numa "luta
de classes", como afirmou o dirigente da central Marcelo Abdala. A central sindical considera que a paralisação patronal
tem interesses "políticos" e "insurreicionais".
Com agências internacionais
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