São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

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Vásquez ordena volta de transportes após país parar

Contra aumento do óleo diesel, empresas bloquearam acesso a petrolífera e porto

Paralisação iniciada segunda já ameaça abastecimento; sindicato entra na Justiça contra decreto e só retoma entrega de combustívelP DA REDAÇÃO

Em meio à primeira grande crise em seu governo desde a posse, no ano passado, o presidente uruguaio, Tabaré Vásquez, decretou ontem a essencialidade dos serviços de transporte de carga rodoviários, dada à "grave situação gerada no país pela alteração na prestação dos serviços".
A crise começou no início desta semana, quando uma locaute de empresas de caminhões e táxis paralisou parcialmente várias cidades, ameaçando o abastecimento de alimentos e combustível -este já começava a faltar. Os empresários protestavam contra o aumento de US$ 0,05 do óleo diesel, para, segundo o governo de centro-esquerda, subsidiar o transporte de passageiros.
Depois do fracasso das negociações com a central patronal Intergremial de Transporte de Carga, o governo deu um prazo até a 0h de ontem para a normalização dos serviços. Foram estabelecidas como essenciais a distribuição de combustíveis, alimentos e produtos perecíveis e a coleta de lixo hospitalar.

Recurso
Os empresários de caminhões aceitaram uma proposta de redução da carga tributária, mas, considerando-a insuficiente, reiniciaram apenas o transporte de combustível, liberando o acesso a uma petrolífera, que havia sido bloqueado com veículos de carga. O Intergremial considerou ainda que o decreto do governo é "ilegal" e entrou com recurso na Justiça pedindo sua revogação. As empresas de táxi decidiram voltar ao trabalho.
Pela manhã de ontem, o terminal portuário de Montevidéu permanecia bloqueado por caminhões -a normalização de suas atividades também havia sido ordenada pelo governo. Vários navios tiveram de deixar o local depois de não conseguir fazer o carregamento, mas, à tarde, o acesso foi liberado.
O governo vê na greve uma concertação da direita. Em apoio ao presidente, a central sindical esquerdista Pit-CNT convocou uma greve geral para anteontem, que durou cinco horas e parou o país -transformando a situação numa "luta de classes", como afirmou o dirigente da central Marcelo Abdala. A central sindical considera que a paralisação patronal tem interesses "políticos" e "insurreicionais".


Com agências internacionais


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