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Brasil é modelo,
mas não pode
relaxar, diz ONU
DE NOVA YORK
Uma solução possível para
conter o avanço da epidemia
de Aids nos países em desenvolvimento seria um programa internacional de ajuda financeira com recursos de
US$ 10 bilhões por ano.
Segundo Luiz Loures, diretor do Unaids para Europa e
Américas, é preciso "um Plano Marshall [plano dos EUA
para a reconstrução da Europa após a Segunda Guerra] para todos os países em
desenvolvimento". Ele defende uma discussão "mais
corajosa e aberta" da questão da transmissão, especialmente entre as populações
marginalizadas.
O Brasil, na avaliação de
Loures, pode servir de exemplo de sucesso em programas de tratamento e de prevenção. "O programa brasileiro mostra que é possível
ter políticas eficazes em países em desenvolvimento."
"A média da incidência de
HIV em mulheres grávidas
que frequentam o pré-natal
tem permanecido abaixo de
1%, com pouca variação, nos
últimos cinco anos", diz o
relatório do Unaids no trecho sobre o Brasil. "Pelo menos em parte, é uma prova
[da eficácia] dos programas
de prevenção que têm crescido desde os anos 90."
O estudo também afirma
que o Brasil "não pode descansar nos louros da vitória". O Unaids aponta que,
no Rio Grande do Sul, a taxa
de infecção em mulheres
que usam o sistema público
de saúde está entre 3% e 6%.
A taxa sinaliza um indício de
que uma epidemia silenciosa possa estar em andamento em regiões carentes.
"No Brasil, ainda falta coragem para tratar abertamente da discussão sobre
formas de prevenção com
crianças e jovens. É preciso
começar a educação cedo.
Enquanto a epidemia de
Aids estiver crescendo, tem
de haver atenção redobrada", avaliou Loures.
Na América Latina, há entre 1,3 milhão e 1,9 milhão de
pessoas atingidas pela doença. Ao longo de 2003, o
Unaids calcula que 59,5 mil
pessoas tenham morrido.
Segundo o relatório, iniciação sexual precoce, sexo
sem proteção com vários
parceiros e uso de seringas
sem esterilização lideram os
modos de transmissão da
doença na região.
(CC)
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