São Paulo, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002

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IRAQUE NA MIRA

Ditador diz que EUA serão desmentidos

Saddam afirma que iraquianos estão prontos para o "martírio"

DA REDAÇÃO

Em mensagem de Natal aos iraquianos, o ditador Saddam Hussein disse que a população do país, majoritariamente islâmica, estava pronta para o "martírio" e que as alegações dos EUA de que Bagdá possui armas de destruição em massa seriam desmentidas pelas inspeções da ONU.
"Tanto quanto o Iraque ama a vida, seu povo está pronto para o martírio em defesa de sua terra e de seu espaço aéreo", disse Saddam, em comunicado lido por um locutor na TV iraquiana.
"O caminho para deter a injustiça, a agressão e o mal é o caminho da guerra santa", disse o comunicado de Saddam.
O ditador afirmou que o mundo está entrando num novo ano "sob circunstâncias únicas... fabricadas pelas forças do mal e da escuridão para criar uma situação de instabilidade, caos e tensão".
Para Saddam, "o resultado das inspeções [da ONU" serão um grande choque para os EUA e exporão as mentiras americanas".
Os inspetores seguiram seu trabalho ontem, apesar do Natal, visitando ao menos cinco novas instalações suspeitas de envolvimento na produção de armas de destruição em massa.
Os inspetores voltaram ao Iraque em novembro, após serem expulsos em 1998, acusados de "espionagem". Resolução de novembro, aprovada por unanimidade no Conselho de Segurança da ONU, determina que o Iraque deve cooperar com os inspetores de forma incondicional e provar que não produz as armas banidas por resoluções do Conselho. Se não cooperar, a resolução fala em "graves consequências".
Relatório enviado por Bagdá sobre seus programas de armas foi considerado insuficiente pelos EUA e outros membros do Conselho. Em 27 de janeiro, o chefe dos inspetores da ONU, Hans Blix, fará um balanço das inspeções.Um parlamentar de Israel disse ontem que o serviço de inteligência do país acha provável um ataque contra o Iraque na primeira semana de fevereiro, após a avaliação de Blix e posterior discussão no Conselho. Os EUA vêm aumentando sua presença militar na região do golfo Pérsico.

Síria
A Síria negou ontem e chamou de "ridículas" as acusações de Israel de que estaria escondendo armas químicas e biológicas do vizinho Iraque.
O premiê israelense, Ariel Sharon, disse anteontem à noite que Israel suspeita que Bagdá esteja transferindo armas à Síria para escondê-las dos inspetores da ONU. Sharon não apresentou evidências para fundamentar a acusação contra a Síria, um de seus maiores inimigos.
"As alegações de Sharon não têm fundamento e querem distrair a atenção do arsenal nuclear, químico e biológico que Israel tem", afirmou comunicado da Chancelaria síria.


Com agências internacionais


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