São Paulo, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002

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ESPÍRITO NATALINO

Em mensagem de Natal, pontífice pede que mundo evite o conflito

Papa apela contra guerra no Iraque

Paolo Rocco/Reuters
O papa põe a mão no rosto durante o discurso anual de Natal, "Urbi et Orbi", no Vaticano


DA REDAÇÃO

Em sua mensagem de Natal feita ontem no Vaticano, o papa João Paulo 2º pediu que o mundo evitasse um conflito no Iraque e apelou para a paz entre israelenses e palestinos. Foi a primeira referência pública do papa à crise no Iraque.
Com a aparência abatida, mas resplandecendo em seus paramentos dourados, João Paulo 2º, 82, afirmou a sua convicção de que todas as religiões devem construir a paz.
"No Oriente Médio, é preciso extinguir o terrível incêndio de um conflito que, com a ajuda de todos, pode ser evitado", disse o papa a uma multidão de fiéis.
O Vaticano defende que qualquer intervenção no Iraque deve ser aprovada pela Organização das Nações Unidas.
No Iraque, país de minoria cristã, houve um grande esforço de celebração do Natal, mas a alegria era pouca. O clima estava sombrio quando o ditador Saddam Hussein, em sua mensagem de Natal aos iraquianos, advertiu que as baterias norte-americanas contra o Iraque estavam cada vez mais pesadas.
Cerca de 5% dos 22 milhões de iraquianos são cristãos. Eles vivem majoritariamente em Bagdá e no norte do país.

Belém
Em Belém, palestinos viveram o que muitos dizem ter sido o Natal mais triste da cidade, ocupada há semanas por militares israelenses, enquanto se dirigiam à missa por ruas frias e chuvosas.
Centenas de palestinos e uns poucos turistas e peregrinos assistiram aos serviços religiosos na Igreja da Natividade, construída no suposto local do nascimento de Cristo.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, não pôde comparecer à missa na cidade sitiada. Pela segunda vez seguida, forças israelenses impediram que ele fizesse a pequena viagem entre a cidade de Ramallah, sede da ANP, e Belém.
Os turistas também não compareceram neste ano, temendo a violência da Intifada -a revolta palestina contra a ocupação israelense-, iniciada em setembro de 2000.


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