São Paulo, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002

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ÁSIA

Agência da ONU diz que país enviou combustível a reator nuclear capaz de produzir plutônio para ser usado em armas atômicas

Coréia do Norte reativa central nuclear

DA REDAÇÃO

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU disse ontem que a Coréia do Norte está enviando combustível novo a um reator nuclear que produz plutônio que pode ser usado em ogivas nucleares.
"Constatamos ontem [anteontem" que eles estavam enviando combustível ao reator de Yongbyon", disse Mark Gwozdecky, porta-voz da agência.
Ele acrescentou que o isolado país comunista havia rompido a maioria dos selos e equipamentos de monitoramento da ONU em suas centrais nucleares, instalados para fazer cumprir acordo de 1994 com os EUA que congelava o programa nuclear norte-coereano em troca de fornecimento de combustível ao país.
O acordo, firmado no governo de Bill Clinton, foi rompido após o governo norte-coreano anunciar, em outubro passado, que tinha um programa nuclear secreto, descumprindo o acertado.
Para estudar formas de resolver a situação, o presidente dos EUA, George W. Bush, está mandando um enviado especial à Coréia do Sul em janeiro para dialogar com representantes do atual governo e do presidente eleito, Roh Moo-hyun.
Roh exortou a Rússia, a China e o Japão a ajudarem a Coréia do Sul a encontrar uma solução pacífica para o atual conflito com a Coréia do Norte em relação ao programa nuclear do vizinho comunista.
A Coréia do Norte já teria material suficiente para fazer bombas atômicas em meses, segundo especialistas. O empobrecido país diz que precisa do programa nuclear para produzir combustível.
A Rússia, um dos poucos países a manter boas relações com a Coréia do Norte, disse ontem que estava "muito preocupada" com a crise na península coreana e pediu à Coréia do Norte que coopere com a AIEA. Moscou pediu ainda que a crise seja resolvida de forma pacífica.
Diante da retomada do programa nuclear norte-coreano, os EUA disseram nesta semana que poderiam lutar duas guerras ao mesmo tempo: no Iraque e na península coreana. O regime comunista respondeu que os EUA estavam empurrando a região para a guerra e que seria capaz de derrotar qualquer inimigo.
Bush colocou a Coréia do Norte no que chamou de "eixo do mal", junto ao Irã e ao Iraque, acusando os três países de produzir e exportar armas de destruição em massa e dar apoio a grupos terroristas.


Com agências internacionais


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