DE BUENOS AIRES

Candidato do atual presidente argentino, Eduardo Duhalde, o advogado Néstor Kirchner, 53, concorre pelo Partido Justicialista (peronista), assim como os ex-presidentes Carlos Menem e Adolfo Rodríguez Saá. Mas, à frente da Aliança Frente para a Vitória, representa, no peronismo, o centro-esquerda, ou o que os argentinos chamam de "progressismo".
Governador da Província de Santa Cruz (sul) desde 1991, é a antítese de Menem - a quem responsabiliza pela crise argentina.
Promete pagar a dívida argentina em um prazo mínimo de 50 anos e com abatimento de juros e títulos.
Propondo medidas econômicas que podem ser consideradas "nacional-desenvolvimentistas", tem um programa baseado no que chama de um "modelo de trabalho e produção": incentivo às exportações, proteção da indústria nacional, papel ativo do Estado para corrigir "falhas do mercado". É apoiado principalmente por empresários que se beneficiaram com a desvalorização da moeda argentina em 2001.
Para analistas argentinos, Kirchner é o anticandidato. É estrábico, tem problemas de dicção e não se preocupa muito com sua imagem pessoal. Seus assessores tentaram convencê-lo várias vezes a submeter-se a cirurgias e a aceitar conselhos de marqueteiros. Sempre receberam a mesma resposta: o candidato dizia que não é caixa de sabão em pó. (MB)


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