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Blair recua e concorda com os EUA
DA REDAÇÃO
O premiê britânico, Tony Blair,
voltou atrás em suas afirmações
sobre o poder de veto que o governo interino iraquiano teria sobre as forças multinacionais no
país, a fim de alinhá-las ao discurso dos EUA e pôr fim à interpretação de que haveria divergências.
"Ambos concordamos totalmente que deve haver uma completa transferência de soberania
ao povo iraquiano e que as forças
multinacionais devem permanecer sob controle americano", declarou Blair no Parlamento. "As
decisões políticas e estratégicas
passarão para o governo iraquiano após 30 de junho. Uma vez tomadas as decisões estratégicas, a
condução de qualquer operação
caberá às forças militares e aos comandantes dessas forças."
Na véspera, o premiê dissera
que, caso "houvesse uma decisão
política a ser tomada" sobre uma
determinada ação das forças multinacionais, esta teria de contar
"com o consentimento do governo iraquiano". Já o secretário de
Estado americano, Colin Powell,
afirmara que, embora a opinião
do governo iraquiano fosse levada em conta, as decisões, em última instância, caberiam aos EUA.
Mudanças propostas
A coordenação das tropas após
a transição política no Iraque é o
vértice do debate na ONU. Ontem
China, Rússia, França e Alemanha -os três primeiros com direito a veto no Conselho de Segurança- sugeriram mudanças na
proposta de resolução submetida
por Londres e Washington.
Em um documento de três páginas enviado pela China e apoiado
pelos demais, obtido pela agência
de notícias Associated Press, o
grupo propõe que o mandato das
forças multinacionais seja de seis
meses (até janeiro de 2005) e esteja sujeito à aprovação do governo
interino. Além disso, estabelece
que as forças "consultem o governo interino a respeito de ações
militares, exceto no caso de autodefesa" e dá aos iraquianos o controle de seu Exército e sua polícia.
Na versão anglo-americana,
não há previsão para a permanência das forças multinacionais. O
texto também diz apenas que elas
serão comandadas pelos EUA e
trabalharão "em coordenação como o governo interino", sem esclarecer de quem é a palavra final.
Também ontem, Fred Eckhard,
porta-voz do secretário-geral, Kofi Annan, disse que os rumores
sobre o futuro premiê iraquiano
são "mera especulação" e "não favorecem o processo político".
O jornal "The Washington
Post" citou o cientista nuclear xiita Hussain Shahristani como favorito para ocupar o posto. Mas
Shahristani, que na véspera dissera que aceitaria o posto "com relutância" se convidado, declarou,
por meio da ONU, que prefere
"servir seu país de outra forma".
Com agências internacionais
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