São Paulo, quarta, 27 de agosto de 1997.



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MASSACRE
Vítimas foram decapitadas
Radicais islâmicos matam 64 na Argélia

das agências internacionais

Pelo menos 64 pessoas, entre as quais mulheres e crianças, foram assassinadas ontem na aldeia de Beni Ali, 60 km ao sul de Argel, capital da Argélia, afirmou a agência "France Presse".
O atentado foi atribuído pela imprensa argelina ao Grupo Islâmico Armado (GIA), de oposição ao governo e considerado a mais violenta organização extremista do país. Ao menos 181 pessoas teriam morrido desde o último domingo.
As vítimas de Beni Ali foram decapitadas. Segundo testemunhas, quatro mulheres teriam sido sequestradas. Após o ataque, moradores abandonaram a região.
A mais recente onda de violência, que já registra saldo de mais de mil mortos, começou após as eleições parlamentares de junho.
Foram as primeiras eleições desde que o Exército cancelou os resultados do pleito de dezembro de 1991. Naquela época, o partido mais votado foi a Frente de Salvação Islâmica (FIS, na sigla em francês). Na ocasião, o governo argelino declarou o FIS ilegal, e seus dirigentes foram presos.
A medida deflagrou no país a guerra civil que se estende há cinco anos e já provocou a morte de mais de 60 mil pessoas.
Os ataques também se intensificaram após manifestações contra o terrorismo convocadas no dia 20 de agosto pela União Geral de Trabalhadores Argelinos (UGTA).
O porta-voz do governo Habib Chauki Hamraui reafirmou a determinação da Argélia de "lutar contra o terrorismo" e solicitou à população que aumente a vigilância.
Hamraui afirmou que as matanças são "atos desumanos, cometidos para desmoralizar a população".
Em entrevista concedida em junho a um boletim islâmico clandestino, um dos dirigentes do GIA, Abu el Mundhir, justificou as matanças dizendo que "os habitantes hostis ao islamismo ou que são neutros devem morrer".
Segundo ele, "os inimigos do Islã devem ser degolados sem perdão".



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