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Powell diz que os americanos não
contavam com tanta hostilidade
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, disse ontem
que o país não esperava que os
atos de hostilidade à presença
americana no Iraque "fossem tão
intensos e tão prolongados".
Ele participou pela manhã de
um debate da rede de televisão
NBC e, comentando o ataque ao
hotel de Bagdá que hospedava
Paul Wolfowitz, o número dois
do Pentágono, afirmou que os Estados Unidos sempre se esforçaram para manter a segurança naquele país sob controle.
"Estamos nesse quadro de insurgentes, em que as pessoas atacam e em seguida fogem, numa
situação por vezes difícil", disse.
O administrador civil no Iraque,
Paul Bremer, que se encontra nos
Estados Unidos para consultas,
declarou que as forças que se
opõem à presença militar estrangeira "aparentemente estão cada
vez mais organizadas" e contam
com terroristas recrutados em organizações como a Al Qaeda.
Bremer disse também ter dado
ordens para que se fizesse uma investigação minuciosa sobre as razões da vulnerabilidade do hotel
Rashid, atingido por mísseis.
Afirmou ainda não ter decidido
se retiraria do Rashid as centenas
de funcionários da administração
civil que trabalham no Iraque sob
suas ordens. Reiterou que a segurança dessas pessoas é uma prioridade.
Entrevistado pelo canal Fox
News, Bremer também declarou
acreditar que o ditador deposto
Saddam Hussein esteja vivo e se
encontre dentro do Iraque. "Sua
captura terá um efeito positivo,
porque sinalizará que não há a
possibilidade de um retorno ao
passado", disse ele.
Conflito politizado
O senador Joseph Lieberman,
pré-candidato à Presidência pelo
Partido Democrata, disse ontem
que o atentado de Bagdá demonstrou a existência de falhas importantes na política da administração Bush para o Iraque. "O governo está confuso nessa diplomacia
unilateral, que nos afastou de nossos tradicionais aliados, e não
conseguiu até agora definir o que
queremos fazer no Iraque pós-Saddam", disse o senador.
O atentado de ontem deve relançar no Partido Republicano e
no Congresso o debate sobre as
indefinições da estratégia iraquiana de Bush e poderá, em última
instância, ameaçar os planos do
presidente de se reeleger.
Há insatisfação, entre os governistas, com Donald Rumsfeld, secretário da Defesa. "Ele é agora
um fardo para os republicanos",
afirmou Michael O"Hanlon, analista para questões de defesa do
Brookings Institute. O Iraque é, a
seu ver, o ponto nevrálgico do
projeto de Bush de ganhar novo
mandato presidencial.
Rumsfeld teve seu poder recentemente diminuído quando Bush
designou Condoleezza Rice, assessora de Segurança Nacional da
Casa Branca, como coordenadora
das políticas americanas no Iraque e no Afeganistão.
Um especialista em conflitos internos dos republicanos disse à
Reuters que Rumsfeld dificilmente seria substituído agora -mas,
caso se eleja para um novo mandato, Bush não o manteria na chefia do Pentágono.
Com agências internacionais
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