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Premiê iraquiano acusa
EUA de "negligência"
DA REDAÇÃO
O premiê interino iraquiano,
Iyad Allawi, disse ontem que uma
"grande negligência" da coalizão
liderada por Washington causou
a morte de 49 soldados iraquianos
no fim de semana passado.
Num dos piores ataques às forças de segurança iraquianas, os
recrutas desarmados, que voltavam para casa para gozar de sua
licença, foram mortos com tiros
na nuca após serem parados por
homens disfarçados de policiais.
"Cremos que isso tenha sido resultado de uma grande negligência por parte de alguns elementos
da força multinacional", disse
Allawi ao Conselho Nacional.
Abu Musab al Zarqawi, ligado à
Al Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo ataque.
O ministro de Estado para assuntos de segurança nacional do
Iraque, Kassim Daoud, amenizou
o tom das críticas mais tarde, dizendo que o governo não atribuíra a culpa a ninguém, mas esperava o resultado de uma investigação sobre o episódio.
Uma declaração da força multinacional liderada pelos EUA culpou terroristas: "Esse foi um massacre calculado e a sangue-frio
por terroristas. Eles, e ninguém
mais, devem responder integralmente por esses atos hediondos".
Horas depois do pronunciamento de Allawi, um grupo rebelde iraquiano afirmou ter seqüestrado 11 membros da Guarda Nacional iraquiana e colocou suas
fotos em uma página da internet.
"Capturamos 11 dos apóstatas",
afirmou o Exército de Ansar al
Sunna em declaração com data de
21 de outubro. A autenticidade da
declaração e das fotos não pôde
ser verificada imediatamente.
O Ministério do Interior iraquiano disse que não tinha informações sobre os seqüestros.
O governo interino do Iraque
enfrenta a difícil tarefa de conter
ataques rebeldes cada vez mais
constantes com forças de segurança que não conseguem proteger nem a si mesmas.
Em Washington, funcionários
do governo americano afirmaram
que o Pentágono está considerando a possibilidade de atrasar a
partida de alguns soldados no Iraque e adiantar a chegada de outros para reforçar a segurança para as eleições de janeiro.
Além disso, funcionários da Casa Branca disseram que o presidente George W. Bush planeja, se
reeleito, pedir ao Congresso no
começo de 2005 um fundo emergencial de US$ 60 bilhões a US$ 75
bilhões para custear as despesas
militares no Iraque e no Afeganistão. Caso o valor máximo seja
aprovado, os gastos militares e de
reconstrução nos dois países chegarão a US$ 280 bilhões.
Antes da invasão, em março de
2003, o subsecretário da Defesa,
Paul Wolfowitz, disse ao Congresso: "Estamos lidando com um
país que realmente pode financiar
sua própria reconstrução, e em
relativamente pouco tempo".
No Reino Unido, pesquisa publicada no jornal "The Guardian"
revelou que 61% dos britânicos se
opõem à decisão do premiê Tony
Blair de mover soldados a Bagdá,
conforme pedido dos EUA.
Com agências internacionais
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