São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INDONÉSIA

Mais de 400 pessoas já morreram em conflito étnico

Forças de segurança da Indonésia brigam entre si na ilha de Bornéo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As forças de segurança indonésias enviadas ontem para tentar controlar a violência étnica na ilha de Bornéo começaram a lutar entre si, enquanto milhares de refugiados desesperados tentavam deixar a região em direção à ilha de Java ou à ilha de Madura.
Mais de 400 imigrantes da ilha de Madura já foram assassinados pelos nativos dayaks desde o início dos confrontos, há cerca de dez dias. Os dayaks afirmam que os imigrantes estão tomando conta da região, em detrimento dos moradores originais.
Na cidade de Sampit, centro dos principais confrontos, soldados e policiais trocaram tiros entre si na zona portuária, segundo o prefeito da cidade, Wahwudi Anwar. Um refugiado morreu no fogo cruzado, e cerca de dez militares e policiais ficaram feridos.
O motivo dos choques não ficou claro. Mas, em meio à retirada caótica da ilha, muitos refugiados disseram que tanto os soldados quando os policiais estavam exigindo pagamento para permitir seu embarque.
Um navio de passageiros com capacidade para 5.000 pessoas zarpou ontem em direção ao porto de Surabaya, na ilha de Java, a poucos quilômetros de Madura. Uma segunda viagem foi suspensa por causa dos tiroteios.
O chefe da polícia nacional disse que seus agentes tomaram um hotel que os guerreiros dayaks utilizavam como quartel, prenderam 84 pessoas e apreenderam centenas de armas brancas.
Os dayaks declararam vitória após uma campanha de dez dias para expulsar os madureses da região. Ontem, praticamente não havia mais madureses em Sampit.



Texto Anterior: Direitos humanos: China reage a críticas da ONU e dos EUA
Próximo Texto: Oriente Médio: ONU pede ajuda para combater fome nos territórios palestinos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.