São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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PARAGUAI
Ele pode estar no Brasil
STF brasileiro decreta a prisão de Oviedo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A prisão preventiva do ex-general paraguaio Lino César Oviedo em território brasileiro foi decretada, na noite de anteontem, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Maurício Correa.
Caso seja detido, Oviedo ficará à disposição do STF, que terá de julgar a extradição do ex-general para seu país. Segundo Correa, o governo do Paraguai acredita que o ex-general está no Brasil.
A prisão preventiva de Oviedo foi solicitada pelo governo paraguaio, que o acusa de homicídio doloso qualificado, lesão corporal grave e associação criminosa.
As acusações estão relacionadas ao assassinato, em março de 1999, do então vice-presidente paraguaio, Luis María Argaña. No ano anterior, Oviedo havia sido condenado a dez anos de prisão por tentar um golpe de Estado contra o presidente paraguaio Juan Carlos Wasmosy, em 1996.
Após o assassinato de Argaña, Oviedo deixou o Paraguai e se asilou na Argentina. Em dezembro do ano passado, ele saiu da Argentina e teria passado a viver escondido no próprio Paraguai.
A decisão do ministro Maurício Correa já foi comunicada à Polícia Federal e à Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras.
"Isso (a prisão) pode ser feito sem muitas preocupações, pois as exigências legais estão cumpridas", disse o ministro do STF.
Ele explicou que caberá ao governo do Paraguai solicitar ao Brasil que o STF se pronuncie sobre a questão.
O grupo político de Oviedo é acusado de ter tramado a recente tentativa de golpe de Estado no Paraguai, ocorrida há pouco mais de uma semana.
Na ocasião, um membro do governo paraguaio disse à Folha acreditar que Oviedo estivesse na região da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, entre as cidades de Foz do Iguaçu (Paraná) e Ciudad del Leste (no Paraguai).
A polícia paraguaia chegou a cercar um prédio em Ciudad del Leste onde acreditavam ter localizado Oviedo, mas o ex-general não foi detido na operação.
Os partidários do ex-general querem ter candidato próprio na eleição para a Vice-Presidência do país, marcada para agosto deste ano.


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