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Presidente reverte demissão de militar, pivô da crise
DA REDAÇÃO
O presidente de Honduras,
Manuel Zelaya, recuou da decisão de tirar o general Romeo
Vásquez do comando do Estado Maior das Forças Armadas
do país centro-americano.
"É certo, eu anunciei [na TV]
a destituição [de Vásquez], mas
não nomeei ninguém [no lugar
dele]. Ele segue no comando do
Estado Maior das Forças Armadas, já fez suas manifestações de obediência e disciplina", afirmou Zelaya ao canal
em espanhol da CNN na noite
de anteontem.
A demissão de Vásquez agudizou a crise política em Honduras. No centro da controvérsia, está o projeto do neoesquerdista Zelaya de realizar hoje uma consulta popular para
abrir caminho a uma futura Assembleia Constituinte. Para
seus críticos, o presidente, cujo
mandato termina em janeiro,
busca aprovar a reeleição, vetada pela Carta vigente.
A consulta foi considerada
ilegal pelo Ministério Público e
pelas autoridades eleitorais, e o
general Vásquez se recusou a
prestar apoio logístico a ela.
Zelaya demitiu Vásquez pela
insubordinação, mas a decisão
foi revertida pela Corte Suprema. O presidente prometeu
manter a destituição, mas, aparentemente, viu-se sem controle sobre as Forças do país.
O general Vásquez seguiu no
comando dos soldados, que
ocuparam pontos centrais da
capital, Tegucigalpa. "Mantém-se a presença militar, mas ela
pode diminuir à medida que,
mediante diálogo, encontre-se
uma solução", disse Vásquez
antes do anúncio de Zelaya.
"Os tempos mudaram", diria
também o general sobre a acusação do governo de que havia
um "golpe em curso" no país.
"[As Forças Armadas] têm como estratégia o fortalecimento
da democracia", continuou.
Zelaya já afirmou que levará
adiante a consulta popular hoje
com o apoio da polícia, e apesar
da anunciada intenção do Congresso de abrir um processo de
impeachment contra ele por
causa da iniciativa. Jornais e
TVs -de oposição- e a Igreja
Católica pedem que a população não compareça às urnas.
Em meio à confusão institucional, a OEA (Organização dos
Estados Americanos) aprovou
ontem envio de missão a Honduras para apoiar a ordem democrática e para "analisar os
fatos". O secretário-geral da
OEA, José Miguel Insulza, disse anteontem que havia "risco
de golpe" no país.
Com agências internacionais
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